A CPI do Futebol pretende investigar todos os da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) feitos com a empresa Traffic nos últimos 10 anos. Eram da companhia todos os direitos sobre os amistosos da Seleção Brasileira e os patrocinadores durante a última década. A comissão, presidida pelo senador Romário (PSB), aconteceu nesta terça-feira (18) e ouviu os jornalistas Juca kfouri, Jamil Chad e José Cruz.
Enquanto trabalhava como correspondente na Suíça, o jornalista Jamil Chade teve acesso a cópias de contratos que tratam de negociações de jogos amistosos da seleção nacional entre os anos de 2006 e 2022 e entregou aos parlamentares durante a audiência.
Por conta desses contratos, o presidente da CPI sugeriu que todos os documentos contratos da entidade nos últimos 10 anos sejam investigados. A votação dos requerimentos foi agendada para quinta-feira (20) e segundo o relator Romero Jucá (PMDB), esses documentos poderão detalhar se algum dirigente da entidade pode ter tido vantagens pessoais durante este período.
Dos três contratos entregues por Chade à CPI, um se referia ao contrato da confederação com a empresa ISE que dava o direito a eles de negociação e promoção dos amistosos da seleção entre 2006 e 2012. O documento diz que a CBF recebia US$ 1,1 milhão por jogo, e a empresa contratada podia negociar os direitos de transmissão dos jogos fora do Brasil, além de ficar com a renda das partidas. A empresa subcontratada pela ISE era a empresa suíça Kentaro.
Outra subcontratação feita pela ISE foi com a Uptrend que recebeu 8,3 milhões de euros por 24 jogos da seleção e era controlada pelo ex-presidente do Barcelona Sandro Rosell. Chade repassou ainda aos deputados o contrato da CBF com a Pitch International que passou a ter os direitos sobre os amistosos da seleção de 2012 a 2022. A distribuição de dividendos relativos a esses jogos chegam a US$ 132 milhões e beneficiam os próprios dirigentes da entidade.
O jornalista Juca Kfouri, que atua na Folha de S. Paulo, CBN e ESPN Brasil, sugeriu que a CPI deveria investigar o contrato da CBF com a General Motors. Segundo ele a multinacional tinha contrato com a Federação Paulista de Futebol quando o atual presidente da CBF, Marco Polo del Nero, dirigia a entidade. Assim que o dirigente mudou de cargo, o contrato foi assinado também com a Confederação Brasileira de Futebol.
José Cruz sugeriu que a comissão convide o jornalista inglês Andrew Jennings para uma reunião, já que foram por meio de suas matérias que o FBU começou a apurar os casos que levaram à prisão de diversos dirigente da FIFA.
No fim, o presidente da comissão confirmou que um dos focos da comissão será afastar os atuais dirigentes do futebol brasileiro. Para ele, são pessoas que fazem mal ao esporte e acredita que não tenham sequer uma “afinidade” com o futebol.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da “Agência Senado”