A CPI do HSBC aprovou, nesta quinta-feira (30), convite para ouvir o francês Hervé Falciani, o técnico de informática que vazou os dados bancários de correntistas da empresa em Genebra, na Suíça.
Os senadores acreditam na possibilidade de Falciani vir ao Brasil prestar depoimento na comissão desde que ex-funcionário tenha condições apropriadas de segurança, garantidas pelo Ministério da Justiça.
O vice-presidente da CPI do HSBC, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL) afirmou que, caso o delator não possa vir ao País, uma comitiva deverá ir até Paris, França, para ouvi-lo.
Falciani é acusado pelas autoridades suíças de roubo de dados. Atualmente, ele mora em Paris e só aparece em público com guarda-costas.
A CPI do HSBC investiga se há irregularidades nas denúncias e se as mais de seis mil contas de brasileiros no banco em Genebra, na Suíça, burlaram a fiscalização. Estima-se que os depósitos dos brasileiros possam chegar a US$ 7 bilhões.
Além disso, foi remarcada pela segunda vez a audiência com o presidente do HSBC no Brasil, Guilherme Brandão, para prestar esclarecimentos à comissão sobre a atuação do banco no caso.
O senador Randolfe sugeriu que, caso o convidado não apareça e a sessão tenha que ser remarcada pela terceira vez, que a CPI faça uma convocação à Brandão.
Foi aprovado também o aviso à Procuradoria-Geral da República sobre a existência da CPI, para que as informações possam ser compartilhadas e aprovada a solicitação de compartilhamento de informações com o Ministério da Justiça.
Entenda o caso – No início de fevereiro, o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), divulgou o projeto SwissLeaks, por meio do qual foram expostos quase 60 mil arquivos com detalhes sobre mais de 100 mil correntistas do HSBC e suas movimentações bancárias, entre 1988 e 2007.
As contas bancárias reveladas somam mais de US$ 100 bilhões depositados em filiais do banco por correntistas ao redor do mundo.
À época, os dados sobre as correntes foram vazados pelo ex-funcionário do banco Herve Falciani. As informações foram entregues por ele a autoridades francesas, em 2008. Com o projeto SwissLeaks, mais de 140 jornalistas em 45 países investigam os nomes envolvidos no caso.
Até o momento, foram descobertas contas secretas, no HSBC da Suíça, de 6,6 mil brasileiros. Estima-se que os depósitos de correntistas brasileiros no paraíso fiscal possam chegar a US$ 7 bilhões.
Desde fevereiro, a investigação feita pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos apontou que vários políticos, artistas, atletas, empresários e celebridades estão envolvidos em um caso de fraude fiscal com suas contas na filial suíça do HSBC.
Da Redação da Agência PT de Notícias