A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Assassinato de Jovens no Brasil realiza, a partir das 19h30 desta segunda-feira (29), uma audiência pública interativa com especialistas sobre violência e segurança pública. A proposta da audiência é ouvir pesquisadores que trabalham com dados sobre a violência entre a juventude.
Entre os convidados ao debate está o autor da pesquisa “Mapa da Violência dos Jovens no Brasil”, Jacobo Waiselfisz, e o professor Luiz Eduardo Soares, especialista em segurança pública.
O senador Lindberg Farias (PT-RJ), relator da CPI, lembrou que a comissão tem feito diversas audiências sobre o tema e anunciou que o pesquisador Waiselfisz apresentará dados inéditos sobre a violência contra os jovens no Brasil, nesta segunda.
“Os dados de sua pesquisa mostram que os homicídios representam quase metade de causas de mortes de jovens entre 16 e 17 anos”, afirma o senador. Segundo ele, o perfil desses jovens é de negros, do sexo masculino e de baixa escolaridade.
A pesquisa mostra que 3.700 jovens entre 16 e 17 anos foram vítimas de assassinato. “Isso representa 46% dos óbitos dessa faixa etária. Por isso, a ideia de que a redução da maioridade penal vai combater a impunidade e a prática de crime já está superada há tempos pelas estatísticas, pelos estudos e experiências de outros países”, avalia Lindberg.
O senador destaca que estudo recente da Organização das Nações Unidas (ONU) demonstrou que dos 75 países estudados, apenas 17 adotam idade penal abaixo de 18 anos.
“Precisamos de mais debate e diálogo com a população para pensar o futuro que queremos para nossos adolescentes. Reduzir a idade penal não vai reduzir os índices de violência. Os jovens são as principais vítimas e não perpetuadoras da violência em nosso País”, ressalta o senador.
Lindberg espera que a Câmara dos Deputados não aprove a redução da maioridade penal nesta terça-feira (30). “Essa é uma pauta que retira direitos da juventude”, finalzia.
Para ampliar a participação popular, a audiência interativa será transmitida e receberá comentários e perguntas dos cidadãos por meio do Portal e-Cidadania, ou pelo Alô Senado (0800-612-211).
Luana Spinillo, Agência PT de Notícias