CPMI do Golpe começa a investigar responsáveis pelos ataques de 8 de janeiro

Comissão de inquérito tem primeira reunião. Petistas Rogério Correia e Rubens Pereira Júnior pregam defesa da democracia e identificação também de quem planejou e financiou o golpe frustrado

Agência Senado

Sessão de Instalação da CPMI do Golpe

A tentativa frustrada de golpe feita pela extrema direita em 8 de janeiro passou a ser investigada também pelo Congresso Nacional nesta quinta-feira(25), com a realização da primeira reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o atentado à democracia realizado pela extrema direita.

Na sessão, foram eleitos os membros da Mesa, que ficou assim definida: deputado Arthur Maia (União-BA), presidente; senador Cid Gomes (PDT-CE), primeiro vice-presidente; senador Magno Malta (PL-ES), segundo vice-presidente; e senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora.

A CPMI do Golpe conta com 32 deputados e 32 senadores, sendo metade deles titulares e a outra metade, suplentes. O Partido dos Trabalhadores é representado pelos seguintes parlamentares:

Deputados:
– Rogério Correia (PT-MG)
– Rubens Pereira Júnior (PT-MA)
– Carlos Veras (PT-PE)
– Delegada Adriana Accorsi (PT-GO)

Senadores:
– Fabiano Contarato (PT-ES)
– Rogério Carvalho (PT-SE)
– Augusta Brito (PT-CE)

Rubens Júnior: “Defesa da democracia” 

Como já era de se esperar, parlamentares bolsonaristas tentaram minimizar o que ocorreu em 8 de janeiro e, ainda por cima, colocar a culpa no governo Lula. Essa versão, no entanto, não tem chances de prevalecer por simplesmente não ter relação nenhuma com a realidade.

“Logo na primeira reunião, fica claro que há duas teses. Uma é a de que havia uma movimentação pacífica e política criticando o governo Lula. Mas a realidade derruba essa tese porque o que houve, de fato, foi uma tentativa de golpe de Estado”, ressaltou Rubens Pereira Júnior. 

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O deputado maranhense lembrou que os ataques do dia 8 não miraram só o Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo, mas também o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). “Portanto, o desafio desta comissão é fazer a defesa da democracia, a defesa das instituições, do Estado Democrático de Direito.”  

Um golpe, lembrou, sempre é planejado e financiado. Por isso, na sua avaliação, identificar quem elaborou e apoiou financeiramente, além de quem participou ativamente dos ataques, deve ser o principal objetivo da CPMI.

“Por fim, nunca é demais lembrar: o governo é vítima dessa tentativa de golpe”, prosseguiu Rubens Júnior. “E não apenas o governo, mas também Câmara dos Deputados, Senado Federal, Supremo Tribunal Federal e a democracia. E o resultado final desta investigação deve ser: mexer com a democracia é crime. Nós não abrimos mão da defesa inconteste, permanente, perene da democracia no país.”

Correia: “Temos de saber quem foi o mandante” 

O deputado Rogério Correia também lembrou que o papel da CPMI deve ser o de defesa da democracia: “O final deste trabalho não pode ser passar a mão na cabeça daqueles que fizeram a tentativa de golpe e de abolir a democracia no Brasil”. 

Correia ressaltou que a intenção antidemocrática da extrema direita fica cada dia mais evidente, como mostra a troca de mensagens em que um amigo (Ailton Barros) e dois assessores (Mauro Cid e Élcio Franco) de Jair Bolsonaro planejavam um golpe de Estado após o resultado das eleições. 

“Algo fundamental de ser olhado aqui é quem foram os autores intelectuais, quem foram os mandantes disso. Esse principal autor intelectual é como no caso do porco: se tem rabo de porco, pé de porco, barriga de porco e focinho de porco, ou é porco ou é feijoada. No caso do golpe, tinha um interessado: ou é Jair ou é Bolsonaro”, afirmou Correia.

“É claro, foi um processo golpista, não foi uma Festa da Selma”, prosseguiu Correia, referindo-se a um dos códigos usados em grupos do Telegram para convocar pessoas para os ataques. “E isso vai ficar comprovado. Estamos aqui, principalmente, para saber quem foi o autor intelectual, embora essa palavra não caiba ao ex-presidente. Nós temos de saber quem foi o mandante. Essa palavra cabe bem nele.”

Da Redação

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