O número de transexuais e travestis que usarão o nome social durante o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) este ano cresceu 172% em relação a 2014, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
No ano passado, 102 candidatos e candidatas transexuais e travestis solicitaram o uso do nome social nos dias de prova. Em 2015, o número subiu para 278.
O uso do nome social no Enem significa que, nos dias do exame, os transexuais deverão ser tratados pelo nome com o qual se identificam e não pelo nome que consta no documento de identidade. Além disso, usarão o banheiro do gênero com o qual se identificam.
“Os locais estão avisados para receber esses candidatos. É uma questão de acolhimento e eles não sofrerão nenhum constrangimento”, garantiu o presidente do Inep, Chico Soares, em entrevista ao “Portal G1”.
Esse é o segundo ano que o Inep permitirá o uso de nome social no Enem. A medida foi tomada em 2014, mas era preciso solicitar o uso por telefone. Neste ano, o pedido foi feito pela internet.
Para a vice-presidenta da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Keila Simpson, a segurança de que serão tratadas pelo nome social faz com que muitas pessoas se sintam mais tranquilas para se inscrever e fazer o Enem.
“Eu acho que os números por si só já mostram que quando se instrumentaliza, quando se atende uma solicitação que a gente faz há tempo, isso repercute de alguma forma”, afirmou.
Com 89 pedidos, São Paulo é o estado que lidera as solicitações, de acordo com o Inep. Em seguida está o Rio de Janeiro, com 33, Minas Gerais, com 29, o Paraná, com 22, a Bahia, com 18, Pernambuco e o Rio Grande do Sul, ambos com 12. Os demais tiveram menos de dez solicitações. Roraima, Acre e Amapá não registraram pedidos.
O Enem neste ano será nos dias 24 e 25 de outubro. As provas serão aplicadas em todos os estados e no Distrito Federal. Ao todo, mais de 7,7 milhões de candidatos confirmaram a inscrição.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do G1 e Agência Brasil