O fortalecimento do Partido dos Trabalhadores, reflexo do anseio das camadas mais populares por mudanças na qualidade de vida, em especial, na renda e no emprego, torna-se mais evidente à medida que se aproximam as eleições municipais. O salto expressivo no número de candidatos à prefeituras do país demonstra ainda a capacidade de resiliência da legenda.
Desde a reeleição de Dilma, em 2014, o PT tem sido alvo de campanhas difamatórias, uma perseguição política sem precedentes e da poderosa indústria subterrânea de fake news. Mesmo assim, em 2020, o PT registrou 1.234 candidaturas majoritárias às prefeituras do país no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Há quatro anos, 971 candidatos concorreram pela legenda. Agora, o partido é o único no campo progressista a registrar um aumento significativo de candidaturas.
“O quadro é muito diferente de 2016, temos um cenário bem mais favorável”, afirma o deputado federal José Guimarães (PT-CE), coordenador do Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) do partido. “O PT está muito ativo e os sinais evidenciam grandes possibilidades de vitória”, anima-se o deputado.
Segundo Guimarães, o balanço eleitoral de 2020, que mapeia as candidaturas do partido por município, apresenta boas perspectivas ao PT, que está entre os cinco partidos com maior número de candidatos para prefeito, vice-prefeito e vereador. Em candidaturas proporcionais ao cargo de vereador, por exemplo, o PT apresenta 28.546 nomes; em 2016, eram 21.293 candidatos. O aumento de candidatos à vice-prefeito também saltou de 963 em 2016 para 1.284 neste ano. Em cidades com segundo turno, o partido disputa em 82 de 96 cidades.
O partido terá candidaturas em 26 capitais. Dessas, concorrerá com 20 candidaturas próprias e seis coligadas com outros partidos. Em cidades com mais 200 mil habitantes, o PT disputará a prefeitura em 57 com candidatura própria e outras 13 em coligação. Em cidades entre 100 e 200 mil habitantes, serão 65 candidaturas pelo partido e 28 coligadas.
O partido também avançou na consolidação de alianças estratégicas no campo progressista. “São quatro grandes alianças com a Rede, quatro com o PCdoB, duas com o PSB. Também fechamos com o PSOL em cidades importantes como Florianópolis, Belém e Recife”, detalha o deputado.
Chance de vitória
“Esses dados desmentem a tese de que o PT está isolado”, analisa o coordenador do GTE. “Havia a construção de uma narrativa de que o PT iria disputar a eleição isolado e, portanto, sem chance de vitória”, lembra. Segundo o deputado, o balanço revela, ao contrário, que o partido se mostra muito competitivo em pelo menos sete cidades importantes, com candidatos que estão em primeiro ou em segundo lugar nas pesquisas.
Isso se deve, na avaliação do parlamentar, ao trabalho de organização feito pelo Grupo de Trabalho Eleitoral e ao aprimoramento e detalhamento dos programas de governo. “Trabalhamos no sentido de unificar as campanhas em nível nacional”, observa o deputado. “A marca 13 é muito forte, há um prestígio pelo trabalho já realizado pelo partido em todo o país”.
Reação em Rio Branco
Mesmo em cidades onde o partido iniciou a campanha pela prefeitura mal posicionado nas pesquisas, se observa nítida tendência de crescimento desde julho, caso de Rio Branco, no Acre. A chapa da coligação entre PT e PSOL é encabeçada pelo petista Daniel Zen e tem como vice Cláudio Ezequiel.
Pesquisa de intenção de voto estimulada aponta que a candidatura de Daniel Zen já aparece em terceiro lugar, empatado tecnicamente com o candidato do PP, Tião Bocalom, e atrás da prefeita Socorro Neri (PSB) e Minoru Kinpara (PSDB).
Desde julho, quando aparecia em quinto lugar nas pesquisas, Daniel mais do que dobrou os índices de intenção de voto, saindo de 7,6% para 15,1% em setembro. A última pesquisa foi realizada no dia 25 e aponta Neri na liderança, com 21,%, e Kinpara em segundo, com 18,2% das intenções de voto estimulada.
PT, exemplo de gestão em estados e municípios
Guimarães ilustra a força do partido citando o exemplo de administrações de sucesso sob a gestão petista em municípios como Araraquara (SP) e Quixadá (CE), comandados pelos prefeitos Edinho Silva e Ilário Marques. “Essas duas cidades são referência em um modelo de gestão para o enfrentamento da pandemia que prioriza a defesa da vida”, sustenta. Ele também destaca o peso do trabalho exemplar dos governadores de quatro estados comandados pelo PT: Bahia, Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte.
Guimarães ressalta ainda a importância do papel do ex-presidente Lula nas campanhas, atuando como o principal fiador das propostas e do modelo de gestão do partido em nível nacional. “Lula é um trunfo, o principal cabo eleitoral do país, ele exerce enorme influência na hora de o eleitor decidir o voto”, diz Guimarães.
Candidaturas contra retirada de direitos
O deputado diz que é fundamental mostrar para o eleitor que as candidaturas do partido aglutinam as forças democráticas, ao contrário do governo Bolsonaro. “Nós somos as forças que lutam contra a retirada de direitos, pela defesa da vida e que se posicionam contra esse governo que está arrebentando com o Estado Democrático de Direito”, observa.
“É hora de mostrar que sempre tivemos lado na história, que seguimos no compromisso de defender nossa gente e construir cidades melhores em um país mais justo”, afirma a presidente do PT, deputada federal Gleisi Hofmann, no vídeo de convocação da militância petista. Segundo a deputada, netas eleições a legenda vai mostrar que quem defende a população é o PT. “Por cada uma das cidades desse país, com nossas políticas de educação, saúde habitação, meio ambiente, transporte, politica de gênero e raça, de emprego e de transferência de renda”, enumera Gleisi.
Da Redação