Um novo relatório do Banco Mundial divulgado na segunda-feira (20) mostra que o Brasil conseguiu praticamente erradicar a extrema pobreza e o fez mais rápido que os demais países da América Latina e Caribe.
De acordo com o estudo “Prosperidade Compartilhada e Erradicação da Pobreza na América Latina e Caribe”, o número de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza passou de 10% para 4%, de 2001 a 2013.
Quando comparado o período de 1990 a 2009, o estudo mostra que o Brasil tirou 25 milhões de pessoas da pobreza extrema ou moderada.
O País avançou também de forma mais rápida que os demais países da América Latina e Caribe. Isto é, a cada duas pessoas que mudaram de vida na região, uma era brasileira.
Até 1990, o número de brasileiros em situação de extrema pobreza chegava a 26%. A partir do ano seguinte, até 2009, houve um aumento considerável de renda para 60% das pessoas.
O estudo aponta três principais motivos para o desempenho brasileiro: crescimento econômico, políticas públicas e mercado de trabalho.
Para os pesquisadores do Banco Mundial, o crescimento econômico, observado entre 2001 e 2012, “respondeu por 2/3 da redução da pobreza no Brasil”, afirma o relatório.
Os programas sociais, instituídos em 2004, como o Bolsa Família e o Brasil sem Miséria também foram citados como fatores importantes para a erradicação da pobreza.
O estudo afirma ainda que a expansão do mercado de trabalho, com crescimento do emprego formal e valorização do salário mínimo, foi responsável pela melhora do poder de compra dos brasileiros.
Desafio – Mesmo com avanços expressivos, o Brasil ainda tem 18 milhões de cidadãos na extrema pobreza. Assim, a desigualdade no País ainda é considerada acima da média da região.
O relatório lembra que o percentual dos 1% de brasileiros mais ricos ainda compreende 13% da renda; enquanto os 40% mais pobres dividem 11% do que é produzido no país.
Segundo o texto, o maior desafio do país é “continuar enfrentando a pobreza em meio ao baixo crescimento econômico”. Os pesquisadores afirmam, no entanto, que este não é um problema é só para o Brasil, mas para toda a região latino-americana.
Como solução, o Banco Mundial mostra concordar com as medidas tomadas pela presidenta Dilma Rousseff, e sugere que o governo faça “ajustes fiscais para promover um gasto público eficiente”.
O relatório afirma que os ajustes permitirão ao Brasil “estimular a competitividade, melhorar a infraestrutura e os serviços públicos e dar continuidade aos programas sociais”.
O estudo também sugere que o Brasil faça uma reforma tributária, o que “também favoreceria os mais pobres”.
Por Flávia Umpierre, da Agência PT de Notícias