Os moradores das favelas brasileiras também ascenderam em peso à classe média. Foi uma das constatações da pesquisa que levou ao livro “Um país chamado favela”, lançado nesta segunda-feira (15), no Rio de Janeiro, com a presença da presidenta Dilma Rousseff.
A candidata a reeleição classificou como importantes os dados da pesquisa, porque mostram que o Brasil mudou. Eles apontam que quem mais evoluiu foi o povo brasileiro, já que o salário mínimo cresceu 12% acima da inflação, o que fez a população aumentar seu poder de consumo, o que reduziu a desigualdade.
“Meu governo e o do Lula criaram as condições para que esse ‘país chamado favela’ tenha cada vez uma vida melhor. Colocamos os pobres no OGU, nos gastos dos bancos, e isso significou uma mudança no Brasil”, analisou.
O governador do Rio Luis Fernando Pezão lembrou dos benefícios do Minha Casa, Minha Vida no estado. Por exemplo, no caso da comunidade de Manguinhos, em que os moradores saíram de condições precárias para casas com melhor infraestrutura, graças ao programa.
“Nunca existiu política habitacional pra pobre. Nós vimos o carinho da senhora criando o Minha Casa, Minha Vida”, comentou.
Datafavela – Para fazer a pesquisa, os autores Renato Meirelles e Celso Athayde treinaram e capacitaram moradores pra interpretar os resultados. Hoje, 25% dos moradores recebem Bolsa Família, 51% tem emprego formal, e 65% deles pertencem hoje a nova classe média brasileira. Em 2015, 2 milhões de pessoas dessas comunidades vão viajar de avião pela primeira vez.
No total, 12 milhões de pessoas que moram nas favelas brasileiras, mais que a população do RS. 67% desse total é de pessoas negras. 42% dos lares chefiados pelas mulheres. 59% dos moradores das favelas concordam que eles sofrem preconceito.
Nega Gizza, moradora da comunidade do Parque Esperança, é uma das fundadoras da Cufa. Ela considera produtivo apresentar para a presidenta a realidade das favelas, agora baseada em números de uma pesquisa.
“Constatar o que a gente vive na pesquisa é enriquecedor, mostrar números de educação, saneamento, pra poder haver mudança nas políticas públicas e pra sociedade enxergar que a favela tá mudando”, comentou.
Por Rodrigo Vasconcelos (texto) e Sheyla Leal (fotos), enviados especiais da Agência PT de Notícias