“Mas é você que ama o passado e que não vê que o novo, o novo sempre vem” – Belchior
A greve geral do dia 28 de abril organizada pelas centrais sindicais e movimentos sociais parou o país de norte a sul. Cerca de 35 milhões de trabalhadores e trabalhadoras cruzaram os braços em protesto contra as contrarreformas do governo ilegítimo de Michel Temer. A greve geral demonstrou a força da classe trabalhadora e colocou a luta contra o golpe num novo patamar.
Diante do sucesso da greve geral que pode significar o começo do fim do governo ilegítimo, ganhou destaque o papel ridículo do oligopólio midiático liderado pela TV Globo para tentar construir uma narrativa de desconstrução da greve geral.
Primeiro negando a existência da greve geral até a véspera. Depois, na sexta feira, surpresa com a repercussão da greve que negava existir tentando convencer as pessoas que a realidade não existe, só a narrativa importa.
A estratégia é recorrente. Fotos de incidentes ocorridos. Pessoas que não puderam trabalhar. As vitrines depredadas. Empresários que tiveram prejuízos com a greve. Sobre os motivos da greve nenhuma linha. A pauta da greve, nenhuma linha.
A tese presente em todos os meios do oligopólio desinformava a população que a greve não existiu. No máximo foram pequenas paralisações de sindicalistas que impediram as pessoas de trabalhar.
A mídia oligopolizada quer nos convencer que a realidade das contrarreformas não existe.
O que custa trabalhar até morrer? O que custa contribuir 49 anos para o INSS? O que custa trabalhar 12 horas por dia com meia hora de almoço? O que custa trabalhar sem férias, FGTS, décimo-terceiro e descanso semanal remunerado? O que custa? Custa nossas vidas.
E tempo de vida não vende no mercado.
O oligopólio quer cassar nosso direito de greve.
O artigo nono da nossa combalida Constituição Federal diz assim:
É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
Olha que coisa bonita. Nós, trabalhadores e trabalhadoras, temos direito de fazer greve. E olha que lindo, nós é que escolhemos a oportunidade de fazer a greve. E mais bonito ainda, nós escolhemos os interesses que devemos defender por meio da greve. Não diz aí que os patrões devem decidir sobre a greve. Diz os trabalhadores. No caso, nós.
Reitero que um dos eixos do programa de governo de Lula tem que ser o fim do oligopólio midiático. O fim do poder monstruoso que tem a Rede Globo. Poder de criar uma realidade paralela tautista.
Ou democracia ou globo.
Abaixo o golpe. Fora Temer. Restaure se a democracia.
Cristiano Celestino Dourado Borges Amorim, antropólogo e advogado, mestrando em Antropologia pela Universidade Federal da Bahia e secretário de Formação do Diretório Municipal do PT América Dourada-Ba, para a Tribuna de Debates do 6º Congresso. Saiba como participar.