O presidente nacional do PT, Rui Falcão, acusou o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, de mentir para os colegas e de promover manobra para evitar ser julgado.
“Ele disse que não tinha contas no exterior e existem fartas provas que comprovam a existência dessas contas. Essa foi a mentira pela qual ele está tendo que prestar contas no Conselho de Ética”, disse, nesta quarta-feira (3), após reunião da bancada do PT na Casa para eleição do novo líder.
O dirigente criticou a manobra que culminou na anulação do parecer, já aprovado, do deputado Marcos Rogério (PDT-RO) no Conselho de Ética, que pedia a continuidade do processo de investigação contra Cunha.
Nessa terça-feira (2), o vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), acolheu recurso que questionava decisão, o que resultou na volta do processo à estaca zero. “É uma manobra protelatória para evitar, ou retardar, o julgamento de seus pares”, condenou.
Ao elogiar a escolha de Afonso Florence para o posto de líder da bancada na Câmara, Rui Falcão disse que ele terá uma importante missão para manter a legalidade “numa casa presidida por alguém que consta mais nas páginas policiais que nas páginas da política”.
“E demonstrou isso mais uma vez ao protelar, de novo, o julgamento de seus pares, depois de ter mentido a todos vocês, mas não quer passar pelo crivo do julgamento”, reforçou.
Para o presidente da sigla, caso Cunha passe de denunciado à réu, devido ao pedido de afastamento do Ministério Público no Supremo Tribunal Federal (STF), “dificilmente” terá condições de continuar no cargo pelo qual foi eleito.
“O deputado Eduardo Cunha, como é da sua tradição, mais uma vez manobrou para postergar o seu julgamento no Conselho de Ética, por quebra de decoro parlamentar”, repudiou o deputado Wadih Damous (PT-SP), em vídeo publicado em sua página no Facebook.
Segundo o petista, foi “fabricada” uma nulidade para fazer com que o processo que corre contra Cunha volte à estaca zero. “Isto é, recomece novamente, ouvindo depoimentos, juntando documentos”, disse.
“Mas acho que esse tipo de manobra vai dar com os burros n’água. Tenho certeza que o Supremo Tribunal Federal acatará o afastamento de Eduardo Cunha. Por isso, por mais que ele protele, por mais que ele manobre, não conseguirá fugir da Justiça”, concluiu.
Por Flávia Umpierre, da Agência PT de Notícias