Ana Clara, Elas Por Elas
Para avançar na qualidade das políticas públicas para as mulheres de Curitiba, a vereadora Josete protocolou o projeto de lei “Dossiê Mulheres”, em uma ação coletiva junto com os movimentos feministas da cidade.
O objetivo é construir um banco de dados integrado com todos os órgãos da Prefeitura para que o poder público elabore políticas que correspondam mais fielmente à realidade das mulheres curitibanas.
“O que acontece hoje é que temos dados de algumas políticas transversais, mas eles não conversam. Cada secretaria, fundação, vai fazendo sua política sem que se tenha uma noção do todo”, explica a vereadora.
Uma das metas é que a integração desses dados sejam enviadas à coordenação de política para mulheres, atualmente um braço da Secretaria Municipal de Direitos Humanos. Josete explica que a nova gestão do prefeito Greca deu um passo atrás na garantia de direitos, quando extinguiu a pasta de secretaria extraordinária de mulheres.
“Em consequência dessa extinção, o Conselho Municipal de Mulheres foi abandonado e nosso mandato, junto com os movimentos sociais, se mobilizou para que ele voltasse a funcionar”, relata a vereadora.
Josete aponta que esse é um debate fundamental para todos os setores e ressaltou a importância de garantir conselhos participativos, pró ativos e propositivos para que a administração pública efetive políticas que são de interesse das trabalhadoras.
“Hoje, esse espaço começa a ter vida novamente, tentando incluir as políticas públicas para as mulheres como prioridade no município”, conta.
Casa da Mulher Brasileira
A Casa da Mulher Brasileira em Curitiba completou 5 anos de atuação no enfrentamento de todas as formas de violência contra a mulher. O programa foi criado em 2015 pela presidenta Dilma Rousseff e a ministra Eleonora Menicucci com o intuito de garantir condições para que as mulheres enfrentem a violência sofrida e resgatem sua autonomia social e econômica.
Infelizmente, desde o golpe contra Dilma, iniciou-se o desmonte das políticas públicas voltadas às mulheres. Entre 2015 e 2019, o orçamento da Secretaria da Mulher, órgão hoje vinculado ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, foi reduzido de R$ 119 milhões para R$ 5,3 milhões.
“O último convênio foi em 2015, durante o processo de implantação, e de lá pra cá começou a se esvaziar as políticas voltadas para as mulheres, primeiro com Temer e depois com Bolsonaro. Nosso mandato acompanha a situação e atua junto ao poder público municipal para que a política se mantenha de pé”, afirma Josete.
Até agora, serão utilizados mais 50 mil reais que ainda restam do último convênio para serviços de tecnologia na promoção de políticas voltadas às mulheres.