O governo do presidente golpista Michel Temer (PMDB) criou, nesta segunda-feira (16), um grupo de trabalho com algumas centrais sindicais para discutir a reforma da Previdência.
A reforma da Previdência será prejudicial aos trabalhadores com propostas como idade mínima para se aposentar. Segundo o ministro da Fazenda interino Henrique Meirelles, essa é uma das propostas do novo governo para a Previdência. Na prática, isso prejudica quem começou a trabalhar mais cedo e já cumpriu os anos de contribuição necessária para se aposentar.
Representantes da Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e da Nova Central Sindical dos Trabalhadores e da Central dos Sindicatos Brasileiros estiveram presentes na reunião.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) se negaram. A CUT afirmou, em nota, não reconhecer o governo golpista de Michel Temer (PMDB) e que retrocessos não podem ser negociados. Além disso, esclareceu que vai continuar exigindo a volta do Estado do Direito e do mandato da presidenta Dilma Rousseff (PT).
“Acreditamos que a luta contra os retrocessos pretendidos e anunciados será travada pelo conjunto dos movimentos sociais nas ruas, nos locais de trabalho, na luta constante para impedir que o Brasil recue, do ponto de vista democrático, institucional e civilizatório, a décadas passadas”, afirmou o texto.
Para a CTB, que também não aceitou negociar com o governo golpista, a proposta de reforma da Previdência de Temer vai enterrar a aposentadoria. “A CTB tem muita clareza dos riscos e, diferente de alguns setores do movimento sindical, não se dispõe a segurar na alça da traição”, avisou Adilson Araújo, presidente da CTB, reafirmando que não compareceria à reunião.
Confira abaixo íntegra da nota da CUT:
“A CUT não reconhece golpistas como governantes. Por isso, não irá à reunião que Michel Temer chamou para esta segunda feira com as centrais sindicais.
A CUT vai continuar defendendo os interesses da classe trabalhadora, principal vítima do golpe, exigindo a volta do Estado do Direito e do mandato da presidenta Dilma, legitimamente eleita com mais de 54 milhões de votos.
Acreditamos que a luta contra os retrocessos pretendidos e anunciados será travada pelo conjunto dos movimentos sociais nas ruas, nos locais de trabalho, na luta constante para impedir que o Brasil recue, do ponto de vista democrático, institucional e civilizatório, a décadas passadas.
O respeito a todos os mecanismos e esforços da população em busca de igualdade, valorização da diversidade e acesso a políticas públicas que combatam as injustiças sociais é um valor precioso demais. E assim queremos que seja tratado.
Vagner Freitas, presidente nacional da CUT”
Da Redação da Agência PT de Notícias