Deltan Dallagnol não tem limites quando se trata de violar a Constituição Federal e extrapolar a função pública que exerce. A nova reportagem da parceria do The Intercept com a Folha de S. Paulo revelou que o procurador do Ministério Público Federal (MPF), responsável pela Lava Jato em Curitiba, tramou com Eduardo Pelella, chefe de gabinete do então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para que o ministro do STJ Humberto Martins não fosse indicado ao STF pelo golpista Michel Temer (MDB).
Em conversa com o também procurador Pelella, em janeiro de 2017, Dallagnol diz: “Pelella, é importante o PGR [procurador-geral da República] levar ao Temer a questão do Humberto Martins, que é mencionado na OAS como recebendo propina”. O colega responde: “Deixa com ‘nós'”.
O ministro do Superior Tribunal de Justiça foi citado em delação premiada do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, que foi preso em Curitiba pela Lava Jato. O delator, que teve que fabricar uma acusação para incriminar Lula sem provas, disse que pagou R$ 1 milhão para Humberto Martins em troca de ajuda com um recurso que tramitava no tribunal. Ainda segundo Pinheiro, a propina teria sido negociada com o advogado Eduardo Filipe Alves Martins, filho do ministro.
Martins, por sua vez, afirmou à jornalista Mônica Bergamo que os procuradores da Lava Jato “passaram de todos os limites” ao envolver o nome dele numa delação da OAS”. Ainda de acordo com a colunista, o ministro do STJ disse que “o objetivo deles era me tirar [da disputa por uma vaga na Suprema Corte]”.
Curiosamente, Martins, que é o corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), negou, no dia 11 de junho, uma investigação contra o ex-juiz Sergio Moro, por conta do esquema dele e Dallagnol dentro da Lava Jato. Na época, o ministro do STJ determinou o arquivamento do pedido feito pelo PDT.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Mônica Bergamo da Folha e Intercept