A campanha difamatória de Bolsonaro contra os cubanos não tem surtido o efeito esperado e o povo brasileiro já deixou claro seu descontentamento diante da ausência dos profissionais da ilha caribenha do programa Mais Médicos. Em nova pesquisa, o Datafolha escancarou a insatisfação geral ao mostrar que 49% da população condena a saída do país do programa e acredita que a saúde do país irá se agravar.
O índice é ainda pior para os que vivem no Nordeste do país, região pela qual Jair sempre demonstrou desprezo. Para os nordestinos, a avaliação pessimista dos impactos à saúde pública com a saída dos estrangeiros chega a 56%, sobretudo entre as populações mais jovens.
Os nove estados do Nordeste são os que mais têm sofrido com a saída dos cubanos do Mais Médicos, já que concentravam 2.817 (33,8%) das vagas do programa. A maior parte deles atuava em comunidades indígenas, periferias e regiões vulneráveis como o semiárido.
Sem solução
Diante do desinteresse dos brasileiros pelas vagas deixadas pelos cubanos, o Ministério da Saúde prorrogou por ao menos duas vezes o prazo para que os profissionais se inscrevam no programa e comecem a trabalhar. Mesmo com o suposto preenchimento de quase todas as vagas, ainda é preciso esperar até o próximo dia 7 de janeiro para os médicos se aloquem nas cidades determinadas.
Em dezembro, cerca de 3 mil candidatos que se inscreveram no programa ainda não se apresentaram nos municípios para os quais seriam alocados. A situação pode ficar insustentável caso os outros 4 mil médicos brasileiros que já se apresentaram no trabalho deixem os cargos a partir de março, quando começam as residências médicas do país.
Da Redação da Agência PT de Notícias com Folha de S. Paulo