Levantamento divulgado pelo Datafolha neste domingo (22) mostra que ampla maioria da população brasileira defende a gratuidade universal na educação pública no país. Os índices ultrapassam os dois terços em todos os níveis de ensino (creches, ensino fundamental e médio e ensino superior).
Segundo a pesquisa, 70% defendem a gratuidade universal – independentemente se a pessoa pode pagar ou não – nas creches, 79% no ensino fundamental e médio e 67% no ensino superior. O apoio à oferta de educação universal gratuita é majoritário – ou seja, ultrapassa os 50%, segundo a pesquisa – em todos os recortes do levantamento: cor, gênero, escolaridade, idade, ocupação, região, religião, renda, porte do município, partido de preferência, avaliação do governo Jair Bolsonaro, confiança no presidente e autoclassificação política.
Entre os que se classificam como de direita, 61% compartilham dessa opinião. Dos que se declaram de esquerda, 67%. As pessoas que se autodefinem como de centro-esquerda e de centro são as que expressam maior apoio à gratuidade universal do ensino (73%).
De acordo com reportagem da Folha de S.Paulo, entre os argumentos de quem é a favor da cobrança no ensino superior estão o de que a gratuidade é regressiva, pois pobres acabam por pagar faculdade para pessoas com melhores condições, e o de que o dinheiro poderia contribuir para o caixa das universidades. Já quem é contra pondera que o recurso arrecadado não chegaria perto de cobrir as altas despesas do setor, que incluem gastos com pesquisa e extensão, e que a justiça fiscal se resolve não com mensalidade mas com um sistema tributário que cobre mais daqueles mais ricos.
A Constituição estabelece a “gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais” como um dos princípios do ensino brasileiro.
A pesquisa foi realizada entre os dias 6 e 8 de dezembro e entrevistou 2.948 pessoas. A margem de erro é de dois pontos percentuais.