A sétima reunião da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) foi encerrada com a aprovação simbólica da “Declaração de Buenos Aires”. O evento, realizado na Argentina, nesta terça-feira (24), marcou o retorno do Brasil ao fórum de cooperação regional, abandonado pelo governo de Bolsonaro em 2020.
Veja a íntegra da Declaração de Buenos Aires, aprovada na Celac
O documento, aprovado pelos 33 países que integram a Celac, reflete o interesse comum para as nações trabalhem de forma compartilhada a solução de problemas comuns a todos em temas como recuperação econômica no pós-pandemia, segurança alimentar e energética, estratégias de saúde, cooperação em meio ambiente, ciência e tecnologia, transformação digital e infraestrutura, entre outros.
Os chefes de estado definiram também a realização de cúpula Celac-União Europeia ainda em 2023 e reunião do foro de países latino-americanos e caribenhos com a China em 2024.
A Celac também apoiou a candidatura de Belém do Pará como sede para a realização da COP-30, em 2025. Em discurso anterior, o presidente Lula havia pedido o voto dos países-membros para a candidatura brasileira e defendeu a união de nações.
“O Brasil está de volta à região pronto a trabalhar ao lado de todos vocês, com sentimento de solidariedade e proximidade”, discursou o presidente brasileiro ao apontar as recentes dificuldades que o mundo atravessa, como pandemia, mudanças climáticas, desastres naturais, tensões geopolíticas, segurança alimentar, energética e ameaças à democracia representativa.
“Tudo isso em um quadro inaceitável de aumento de desigualdades, pobreza e fome”, apontou o presidente Lula em sua manifestação diante dos demais presidentes presente na cúpula.
Os representantes também decidiram por consenso que São Vicente e Granadinas assumirá a Presidência ‘pro tempore’ da Celac em 2023. Esta será a primeira vez que uma nação do Caribe assumirá o organismo regional.
O presidente Lula chegou à Argentina no domingo (22) à noite. Na segunda, foi recebido pelo presidente Alberto Fernández, com quem assinou uma série de protocolos de parcerias entre os dois países em várias áreas. A viagem de Lula tem como mote pregar a integração latino-americanos na discussão de seus problemas e busca de soluções.
A delegação brasileira foi chefiada pelo presidente Lula e contou com a participação do ministro das Relações Exteriores, Mauro Viera.
Da Redação