A Defensoria Pública de São Paulo pediu ao governo de São Paulo o fim imediato da ação policial no Guarujá, que já matou 16 pessoas, e que já é considerada a segunda mais letal da PM paulista (depois de Carandiru). A operação teve início em 29 de julho passado e foi motivada pelo assassinato de um soldado da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar).
Na quarta-feira (2), as defensoras públicas Fernanda Balera, Surrailly Youssef e Cecilia Nascimento, coordenadoras do Núcleo Especializado de Cidadania e Direitos Humanos (NCDH) assinaram ofício onde recomendam que a Secretaria da Segurança Pública (SSP) tome as providências necessárias para Interrompa a operação imediatamente.
Os defensores destacam no ofício que a operação é considerada a segunda mais letal da história da PM paulista, perdendo apenas para o massacre do Carandiru, que deixou 111 mortos. Além disso, elas também pediram o uso de câmeras corporais nos uniformes de todos os policiais militares e civis envolvidos na operação, para que seja feito o registro das abordagens.
A Bancada do PT e da Federação PT/PCdoB/PV na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), através do seu líder, deputado Paulo Fiorilo (PT) acionou o Ministério Público de São Paulo para que o órgão apurasse as ações e as circunstâncias de toda a operação.
“A escalada de violência resultante da operação policial para prender os envolvidos no crime não pode ser naturalizada como pretende o governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ameaça, intimidação e mais mortes não podem caracterizar instituições e poder público no combate ao crime “, diz um trecho do documento enviado ao Ministério Público de SP.
O deputado estadual pelo PT paulista, Eduardo Suplicy, também acompanha o caso de perto e pediu ao governo paulista detalhes da operação, além de ter feito uma visita a um dos locais onde ocorreu uma operação policial, recorrente de parlamentares e representantes de movimentos de direitos autorais humanos, para ouvir relatos de moradores.
Movimentos sociais e organizações, como a União Brasileira dos Estudantes (UNE), promoveram manifestações e ato de repúdio na quinta-feira (3), em São Paulo, para denunciar a violência policial e pedir o fim da operação e apuração das mortes registradas no Guarujá.
Também na Câmara Federal e pela sua rede social, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) denunciou a violenta repressão da PM paulista contra a população do Guarujá, mas deixou claro que não estava fazendo nenhuma defesa do criminoso que assassinou um policial militar.
Da Redação