Em apenas uma semana, a página do PSDB no Facebook recebeu cerca de 70 mil novas curtidas. O número representa, no período, um aumento de 61% no volume de “fãs” do partido, que subiu de 110 mil para quase 200 mil. A escalada meteórica, porém, só foi possível graças a um esquema de financiamento privado. Via patrocínio, os tucanos colocaram dinheiro da rede social de modo a disseminar convites para usuários da internet curtirem a página.
Apesar do esforço, o PSDB tem menos de 200 mil curtidas, enquanto o Partido dos Trabalhadores (PT), sem aplicar um único centavo, continua a ser o mais popular das redes sociais, com mais de 240 mil curtidas. A diferença principal, porém, não está nos números, mas na forma de conquistar o público. As curtidas do PT são orgânicas, ou seja, as pessoas voluntariamente aderem à causa do partido e convidam amigos para visitar a página.
Não é possível determinar exatamente quanto os tucanos gastaram para turbinar sua popularidade nas redes sociais, mas estima-se algo em torno de R$ 0,25 para cada curtida artificial, ou cerca de R$ 17,5 mil, em apenas uma semana.
Não é a primeira vez que o PSDB recorre a expedientes laterais para passar a impressão de que é um partido popular. Para encher a convenção na qual o senador Aécio Neves, de Minas Gerais, foi escolhido candidato a presidente, os tucanos lançaram mão de mercenários: cada “militante” levado para a festa recebeu, em média, R$ 25, segundo informação do jornal “O Estado de S.Paulo”.
Especialista em mídias sociais, o australiano Derek Muller, fundador do canal Veritasium, critica esse tipo de promoção de páginas. “Quem curte dessa maneira são pessoas que não tem real interesse no que é divulgado, não se tornam multiplicadores das publicações”, alerta Muller.
Assim, enquanto o PSDB precisa desembolsar dinheiro para aumentar o número de curtidas, o PT mantém a média de 9 mil novas pessoas seguindo a página por semana.
É importante ressaltar que, a partir do dia 5 de julho, quando começará a campanha eleitoral, ações como essas dos tucanos se tornarão ilegais. A multa por esse tipo de promoção pode chegar aos R$ 30 mil.
Por Bruno Bucis, da Agência PT de Notícias