O deputado Leo de Brito (PT-AC) afirmou em plenário, nesta quarta-feira (31), que o presidente eleito Jair Bolsonaro ainda nem tomou posse e já há muita gente arrependida de ter votado nele. “E não por acaso, mas pela razão de ser um governo que se apresenta siamês ao governo de Michel Temer. Primeiro, anunciando uma Reforma da Previdência nos moldes chilenos, que não deu certo; depois anunciando a fusão do Ministério da Indústria com o da Fazenda, para atender reivindicações dos industriais”, argumentou.
Leo de Brito citou ainda os ataques de Bolsonaro à Folha de S.Paulo e, agora, revelando essa fusão do Ministério do Meio Ambiente com o Ministério da Agricultura. “Nós sabemos que a questão ambiental é muito mais ampla do que as questões do campo, do que as questões da agricultura. E isso acontece no momento que vivemos o chamado regime das mudanças climáticas, em que o Brasil, inclusive no Acordo de Paris, assumiu metas que serão desdobradas, neste ano, na Conferência na Polônia”, alertou.
O deputado do PT do Acre lembrou que durante a campanha Bolsonaro fez um recuo estratégico para tentar atrair eleitores ligados à causa ambiental, dizendo que iria respeitar o meio ambiente. “Mas três dias depois de eleito já começa, literalmente, com um retrocesso absoluto na questão do Ministério do Meio Ambiente e, consequentemente, com a própria agenda ambiental”.
Leo de Brito destacou que o Brasil assumiu o compromisso internacional de até 2025, reduzir – em relação a 2005 – 37% das emissões de gases do efeito estufa, e de 43% até 2030. “Com a extinção do Ministério do Meio Ambiente, do Sistema Nacional do Meio Ambiente, isso não vai acontecer. Nós estamos, literalmente, sepultando a política ambiental do Brasil, nós estamos, literalmente, dizendo que o Brasil não vai cumprir o Acordo de Paris, atendendo o que quer o presidente do Estados Unidos, Donald Trump”, lamentou o parlamentar.
Da tribuna, o deputado Valmir Assunção (PT-BA) também criticou a fusão dos ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente. “Isso é um absurdo. Essa fusão significa acabar com a política ambiental no nosso país. Não podemos concordar com isso”, bradou. O deputado acrescentou ainda que juntar as duas pastas não resolverá o problema do Estado brasileiro. “Ou seja, mostra o despreparo, mostra a vontade de destruir a questão ambiental, o meio ambiente, e mostra que, mais uma vez, o agronegócio vai prevalecer nesta República”, lamentou e acrescentou que a Bancada do PT seguirá lutando pela democracia, por justiça e pela soberania nacional.
Por PT na Câmara