O Partido dos Trabalhadores continua sendo o preferido do eleitor brasileiro, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira (24) pelo Datafolha. Os brasileiros preferem o PT desde a década de 1999, como mostra a série histórica de pesquisas do instituto. E esta preferência não para de crescer.
O levantamento divulgado nesta terça mostra que 20% do eleitorado brasileiro prefere o PT. Em segundo lugar, vem o MDB, com 4%, seguido pelo PSDB, com 3%. A pesquisa foi feita entre os dias 11 e 13 de abril, ou seja, depois da prisão política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No levantamento anterior do mesmo Datafolha, feito em janeiro deste ano, a preferência do partido estava em 19%.
Na realidade, o que a série histórica do Datafolha revela é que, desde que a presidenta Dilma Rousseff foi destituída do cargo por meio de um golpe jurídico-midiático, a preferência pelo PT já cresceu 82%. Na pesquisa Datafolha feita em abril de 2016, o PT estava em primeiro lugar na preferência dos eleitores, com 11% dos pesquisados, seguido por PMDB e PSDB, ambos com 6%. Agora, o índice do Partido dos Trabalhadores está em 20% (alta de 81,8%).
O Datafolha investiga preferência partidária desde 1989. Na série de 26 anos, o melhor momento do PT foi em abril de 2012, quando foi citado por quase um terço dos brasileiros (31%). Já são 19 anos em que, segundo o Datafolha, o PT é o partido preferido dos brasileiros.
Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT no Senado, faz uma síntese precisa dos fatos que explicam o crescimento da preferência pelo PT:
“A perseguição judicial e midiática ao PT e ao presidente Lula chegou às raias do absurdo. A prisão política, injusta e ilegal de Lula escancarou a parcialidade e a seletividade da mídia e de setores do judiciário. O silêncio sobre a retirada de direitos e a piora das condições de vida do povo sob o governo Temer e a proteção recebida pelos tucanos são comparadas pela população com as notícias envolvendo o PT. Ao mesmo tempo, cresce a percepção sobre quem de fato defende a democracia, a soberania nacional e os direitos dos trabalhadores. Este é o caldo que possibilita o crescimento da nossa referência, o aumento do número de filiações e que mantém Lula liderando todas as pesquisas de intenção de voto.”
A deputada federal Margarida Salomão (PT-MG) completa: “É um elemento central para o crescimento recente da preferência do PT o martírio a que está sendo submetido o ex-presidente Lula. Antes de ser preso, andou pelo país em caravana, tomou a liderança do processo de revelação ao povo brasileiro da injustiça que estava sofrendo. O povo brasileiro sabe bem o que é injustiça, se solidariza.”
Filiação também aumenta
Mais de 3.000 pessoas se filiaram ao PT nas últimas duas semanas. O número representa aproximadamente 30% do total de 11 mil inscrições contabilizadas nos últimos quatro meses.
De acordo com dados da Secretaria Nacional de Organização do PT, a legenda está prestes a ultrapassar o número de 2,2 milhões de filiados. Desse universo, 44% do total de filiados ao partido são do sexo feminino. Nas cidades com população acima de 500 mil habitantes, as mulheres são maioria entre os filiados à legenda (51%).
Na avaliação da presidenta nacional do PT, senadora Glesi Hoffmann (PR), os expressivos números representam uma forma de protesto dos brasileiros contra a condenação e perseguição política implementadas contra o ex-presidente.
“A resistência e a luta popular estão no DNA do PT. Essa capacidade de sermos resistentes, de superarmos as adversidades é o motor das nossas conquistas, dos avanços sociais nos nossos governos e o que torna o partido atrativo para todos que defendem a democracia e combatem as injustiças”, disse.Por isso, segundo Gleisi, as injustiças praticdas contra Lula “agregam simpatias, solidariedade e apoios porque simboliza a luta de classes no País e a defesa de um projeto de sociedade inclusivo, melhor para todos”.
De acordo com a Resolução do Diretório Nacional do PT que se reuniu nesta segunda-feira (23), em Curitiba, o partido lançará em breve a campanha “Sou Lula, Sou PT” para alavancar ainda mais o número de filiações à legenda. “Filiar-se ao PT é tomar partido, demonstrar coragem e chamar para si a responsabilidade de mudar o rumo dessa história que querem impor para prejudicar o povo brasileiro”, enfatiza Gleisi.
Vinícius Segalla, da Agência PT de Notícias