O crescimento vertiginoso do desemprego no Brasil durante o desgoverno Temer tem feito da cidade de São Paulo uma de suas principais vítimas. De acordo com pesquisa divulgada nesta quinta-feira (22) pela Rede Nossa São Paulo, em parceria com o Instituto Ibope Inteligência, ao menos 18% da população da capital paulista (ou mais de 1,763 milhão de paulistanos) está desempregada.
Os números negativos superam a média nacional que está na casa dos 14%, fato que reflete a falta de políticas públicas no estado para reverter o quadro.
Jorge Abrahão, coordenador da Rede Nossa São Paulo e do Programa Cidades Sustentáveis, acredita que uma das medidas possíveis para evitar o desemprego seria o estímulo a arranjos locais, aproveitando as características de cada região. Outra ação que poderia aquecer o mercado é apostar na capacitação profissional.
“Em um momento de crise como este, quem contrata procura as pessoas mais qualificadas e as pessoas com menos qualificação vão sendo deixadas de lado, o que aumenta as desigualdades que já são grandes. Daí a necessidade de políticas para avançar. Desde capacitação e qualificação até o estímulo ao avanço econômico desses lugares”, afirmou.
Sergio Luiz Leite, presidente da Federação dos Químicos do Estado de São Paulo e 1º secretário da Força Sindical, também acredita que seria possível tirar o país e, consequentemente, o estado da crise se houvesse empenho por parte do poder público. “A crise do desemprego penaliza os trabalhadores brasileiros, mas em SP, o caos é ainda maior! De cada 100 paulistanos, 18 acordam de manhã e não tem pra onde ir! Isso é resultado de uma política econômica e social desastrosa”, completou.
Racismo e misoginia
Para piorar, os dados da pesquisa evidenciam que o racismo e a misoginia ainda estão longe de acabar. Das 800 entrevistas realizadas com paulistanos de 16 anos ou mais entre os dias 8 e 27 de dezembro de 2017, 58% dos que se declararam desempregados são mulheres e 59% são pretos e pardos.
A falta de equilíbrio entre gêneros também foi lembrada. Para se ter ideia, quase a metade (48%) de quem respondeu aos questionamentos da pesquisa acredita que as mulheres têm menos oportunidades que os homens. Para Leite, é preciso investir em conscientização, propostas e políticas do poder público e empresas para alcançar equidade maior.
“Há países que estão colocando na legislação a exigência de igualdade de salários. Nós aqui temos adotado cotas em muitos lugares. Isso pode ser um avanço provisório, mas que tenta redimir a injustiça que há entre gêneros no país”, disse.
Da Redação da Agência do PT de Notícias com CTB