Apavorados com as chances cada vez maiores de Jair Bolsonaro ser denunciado, julgado e preso pelos diversos crimes que cometeu, aliados do golpista lançaram um ataque orquestrado contra a atuação da Polícia Federal, incluindo o vazamento de um áudio do tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens da Presidência durante o governo passado.
A ofensiva contou com a divulgação do áudio pela revista Veja. Na gravação, o ex-auxiliar de Bolsonaro, que teve acordo de delação premiada homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, questiona a legalidade da atuação da PF em investigações sobre a falsificação de certificados de vacina, o desvio e venda de joias da União e a conspiração para a execução de um golpe de Estado.
No mesmo áudio, Cid também afirma ter sido o mais prejudicado com esses inquéritos e reclama que, enquanto isso, Bolsonaro está solto e “milionário”.
“Quem mais se fudeu fui eu. Quem mais perdeu coisa fui eu. O único que teve pai, filha, esposa envolvido, o único que perdeu a carreira, o único que perdeu a vida financeira fui eu”, disse o militar.
“Ninguém perdeu carreira, ninguém perdeu vida financeira como eu perdi. Todo mundo já era quatro estrelas, já tinha atingido o topo, né? O presidente teve Pix de milhões, ficou milionário, né?”, prosseguiu.
Para a presidenta do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), os ataques à PF refletem o medo e o desespero de Bolsonaro diante da certeza de que seu destino é a cadeia.
“Vazamento de gravação clandestina não vai apagar as provas, muitas provas, de que Bolsonaro conspirou com chefes militares e empresários para dar um golpe. A Polícia Federal, no governo Lula, está resgatando a credibilidade da instituição, com seriedade e ações dentro da lei, tanto no combate ao crime organizado quanto nas investigações judiciais”, disse Gleisi, pela rede social X.
“Foi-se o tempo dos escrachos de investigados, dos vazamentos seletivos, das operações-espetáculo e dos delegados estrelas. E foi-se o tempo em que Bolsonaro nomeava diretores para encobrir os muitos rolos da família, espionar e perseguir adversários”, acrescentou.
A parlamentar concluiu: “É por isso que são muito sólidos os inquéritos das vacinas, das joias, do golpe, que o estão levando ao indiciamento e a prestar contas de seus crimes na Justiça. E é por isso que os bolsonaristas atacam a instituição e tentam, de toda forma, desqualificar os depoimentos que expõem suas tramas golpistas. A PF está atuando dentro do devido processo legal, das determinações do Judiciário e em sintonia com o Ministério Público. Bolsonaro ataca a PF porque morre de medo de ser preso”.
Da Redação