A Caixa Econômica Federal está puxando a fila do desmonte do Estado brasileiro promovido por Jair Bolsonaro (PSL) e sua equipe econômica. A instituição está vendendo ativos para esvaziar os fundos do governo, que já declarou a intenção de “privatizar tudo”.
O atual presidente do banco, Pedro Guimarães, quer se desfazer de setores lucrativos como seguro, gestão de ativos, loterias, cartões e participação na Petrobras. O lucro das vendas, no entanto, não compensa as perdas a longo prazo, principalmente considerando o papel que da Caixa tem para o desenvolvimento social do país.
Em nota, Jair Pedro Ferreira, presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), alertou que ao entregar suas partes mais lucrativas, o banco perde “espaço de mercado e recursos que dão sustentação a diversas políticas públicas”.
Como consequências disso, Ferreira cita o fechamento de agências, redução de postos de trabalho e diminuição do papel social do banco. “A Caixa está na água encanada, no esgoto tratado e nas obras públicas que melhoram a vida de todo o cidadão brasileiro, independentemente da região ou classe social”, justifica.
E critica aqueles que defendem o desmonte da instituição: “são grupos que não precisam de financiamento habitacional para realizar o sonho da casa própria”.
Presidente da Caixa é doutor em privatizações
Em janeiro, quando o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou Pedro Guimarães como presidente da Caixa Econômica Federal, o Brasil de Fato, traçou um perfil do economista que tem como tema de doutorado os processos de privatizações brasileiros.
No currículo também tem o comando do banco de investimentos Brasil Plural, onde tem relações familiares. Ele é genro de Léo Pinheiro, da OAS, delator que levou a injusta condenação de Lula pelo caso do Triplex.
O Brasil Plural é mencionado como parte de suposto esquema envolvendo a J&F, que teria trazido prejuízo financeiro para o fundo de pensão que gere aposentadoria dos funcionários da Caixa (Funcef). O caso é investigado pela operação Greenfield, que apura desvio de pelo menos R$8 milhões em desvios de fundos de pensão, bancos públicos e estatais.
Servidores da Caixa publicaram nota questionando a indicação de Guimarães para presidência do banco por conflito de interesses.
Da Redação da Agência PT de Notícias com informações da Fenae e do Brasil de Fato