Estudantes brasileiros estão sendo obrigados a abandonar seus cursos, estudos e pesquisas por falta de recursos, interrompidos por Jair Bolsonaro. O sucateamento e desmonte do desgoverno atinge Universidades e Institutos de Ensino do país. As deputadas federais Marília Arraes (PT/PE) e Natália Bonavides (PT/RN) convocam audiência púbica para analisar os impactos negativos na educação do Nordeste. O evento virtual poderá ser acompanhado pelos canais oficiais da Câmara dos Deputados. A audiência está agendada para a próxima segunda-feira (9), às 9h.
Segundo a deputada Natália Bonavides, a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2021 retirou R$ 61 milhões de recursos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), cujo orçamento caiu de R$ 176 milhões em 2018 para R$ 115 milhões em 2021. No país, corte de R$ 1 bilhão atingiu as 69 universidades federais. “Outras universidades do Brasil temem fechar as portas em decorrência dos cortes e isso é inaceitável”, diz a parlamentar.
“Vamos apurar na audiência os impactos que a política desastrosa de Bolsonaro tem causado para as Universidades e Institutos Federais de Ensino. Bolsonaro e seus aliados, além das intervenções autoritárias e ataques contra a autonomia das instituições, impuseram cortes que estão resultando no sucateamento e desmonte da educação no Nordeste, no momento, aliás, em que mais precisamos de educação, ciência e tecnologia para superarmos as crises sanitárias e políticas”, afirma Bonavides.
Para a coordenadora do setorial de Educação do Partido dos Trabalhadores (PT), Teresa Leitão, os cortes representam um golpe e prejuízo social na educação inclusiva.
“Esses cortes orçamentários comprometem o próprio funcionamento das universidades. O prejuízo atinge toda a área de pesquisa e os projetos de extensão universitária. Um duro golpe na função social da universidade e na expansão dos cursos com vistas à inclusão educativa”, ressalta.
Atraso
Em Pernambuco, a Universidade Federal (UFPE) tem sofrido duramente os efeitos da diminuição de recursos promovida por Bolsonaro. A instituição sofreu um corte de R$ 30 milhões no orçamento de 2021. O valor caiu 19% em relação ao ano passado.
“A falta de investimentos gera um atraso preocupante. Não há recursos para pagamentos de bolsas e da promoção das políticas de assistência estudantil, o que, consequentemente, aumenta a evasão escolar de alunos de baixa renda. Os cortes orçamentários promovidos pelo Governo Federal, juntamente aos bloqueios, comprometem não só as pesquisas, as aulas e toda rotina acadêmica, como também o dia a dia das instituições, inclusive a imensa gama de serviços que são prestados à população, como nos hospitais-escola, nas clínicas e em uma infinidade de outros projetos e serviços”, aponta a deputada Marília Arraes.
Foram convidados para a audiência pública os reitores de UFPE, UFRN, UFBA, IFPE, IFRNm além de representantes do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) e do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe).
Da Redação