Ex-ministros, médicos, pesquisadores e especialistas promovem neste sábado, 3, o “Dia C” para apresentar informações sobre a Covid-19 “pautadas em ciência”, segundo os organizadores. Com ‘C’ de “conscientização e ciência”, o evento é uma resposta ao “dia D” organizado pelo governo Jair Bolsonaro. Anunciada pelo ministro Pazuello, a iniciativa do governo tinha como objetivo inicial desovar a cloroquina “doada” por Trump.
Organizado pelo IQC (Instituto Questão de Ciência), o evento contará com a participação dos ex-ministros afastados por Bolsonaro, Luiz Mandetta e Nelson Teich. Os ex-ministros dos governos do PT Humberto Costa, José Saraiva Felipe, Agenor Álvares, José Gomes Temporão, Alexandre Padilha e Arthur Chioro também devem participar.
No meio da semana, o governo acenou com a mudança de planos, abandonando a “venda” da cloroquina, droga sem comprovação científica. A repercussão negativa levou o Ministério da Saúde a mudar a programação. A orientação, até se confirmar, será apenas alertar a população para buscar “atendimento e conduta precoce” contra a doença.
De acordo como informação divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo havia a possibilidade do Exército distribuir hidroxicloroquina para Unidades Básicas de Saúde selecionadas. Um pronunciamento de Bolsonaro em rede nacional também constava do planejamento original.
A possibilidade de uma segunda onda da Covid no Brasil, a ciência relacionada às máscaras, como se autoisolar em caso de contágio e o que já foi aprendido sobre a doença são temas que serão tratados no evento. “A doença é da sociedade, e não do indivíduo.
“Quando ficamos sabendo que o governo iria fazer um dia inteiro de informações sobre Covid-19, parecia uma ótima ideia”, disse Natália Pasternak, presidenta do IQC. No entanto, destacou, “aí veio a pauta do ‘dia D’, que era para promover o kit Covid-19, com cloroquina, ivermectina, azitromicina, zinco e vitamina D”.
Segundo Natália, o evento é “para fazer o que o governo não faz”. O combate à doença é coletiva e depende do comportamento das pessoas, defendem os organizadores. “Se não esclarecermos, não vamos conseguir mudar o comportamento”, diz Natália.
Da Redação