Hoje, 5 de setembro, comemora-se o Dia da Amazônia, criado para conscientizar a sociedade sobre a importância da preservação da maior floresta tropical do mundo. Mas, especialmente nesse dia 5 de setembro de 2019 não há o que se comemorar.
Boletim divulgado pelo Imazon, em maio, dava conta de um aumento de 20% do desmatamento na Amazônia entre agosto de 2018 e abril de 2019. Já dados do Instituto Brasileiro de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que aproximadamente 1 mil km² de floresta amazônica foram devastados só na primeira quinzena de julho deste ano.
A pesquisa do Inpe levou, inclusive, Bolsonaro a exonerar o presidente do órgão, Ricardo Galvão, sob a acusação, sem provas, de que os dados sobre desmatamento fariam parte de uma “campanha contra o Brasil”.
Em decorrência do pouco caso feito pelo atual governo em relação a questão ambiental, a Alemanha congelou uma contribuição de R$ 155 milhões para projetos de proteção florestal. A Noruega também anunciou a suspensão dos repasses de R$ 133 milhões para o Fundo Amazônia.
Por conta dos cortes, governadores dos estados que compõem a Amazônia Legal já informaram que pretendem negociar diretamente com esses países a manutenção dos recursos para proteção da floresta.
Na avaliação do senador Paulo Rocha (PT-PA), mesmo com o governo Bolsonaro “de olhos fechados” para a Amazônia, é preciso destacar a maior atenção que a sociedade despertou para o tema e a defesa do “nosso maior patrimônio”.
“Há o que comemorar no Dia da Amazônia? Sim. Afinal, mesmo com um governo de olhos fechados para o nosso maior patrimônio, o povo desperta para a necessidade de cuidar das nossas florestas. São tempos de destruição das políticas ambientais, mas também de maior pressão sobre o tema”, disse.
Os dados de desmatamento aliados a retórica do atual governo sobre a defesa do meio ambiente contrastam com a defesa feita pelos governos de Lula e Dilma na área.
Com Lula, o desmatamento anual na Amazônia caiu de 27.772 km², em 2004, para 7.000 km² em 2010. Em 2014, com Dilma, o índice caiu para 5.891 km², totalizando 82% de queda em 10 anos.
Em 2014, no governo da ex-presidenta Dilma, o Brasil foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o País modelo para políticas contra o desmatamento.
A edição de hoje do jornal O Globo afirma que o governo Bolsonaro, numa tentativa de melhorar sua imagem em meio à crise de imagem internacional devido às queimadas das florestas, vai utilizar o Dia da Amazônia para lançar uma campanha publicitária no País e no exterior para reafirmar a defesa da soberania do Brasil em relação ao território e divulgar que o Brasil conserva o meio-ambiente.
“Ao invés de utilizar recursos financeiros disponíveis no combate ao desmatamento e às queimadas que estão destruindo a Amazônia, Bolsonaro usará o dinheiro público em campanha para tentar maquiar a grave situação que foi ignorada por ele mesmo”, criticou o senador Paulo Rocha.
Manifestações
Diversos atos estão sendo chamados em capitais do País e em cidades do exterior como Paris, Nova Iorque, Berna e São Francisco.
Confira abaixo a lista de manifestações agendadas:
Por PT no Senado