A Direção Executiva da CUT, reunida em São Paulo, no último dia 25 de julho, reafirmou que as mobilizações dos dias 10 e 15 de agosto são urgentes e prioritárias para colocar nas ruas a pauta de reivindicações dos trabalhadores e trabalhadoras em defesa de seus direitos e a liberdade do ex-presidente Lula, mantido preso político desde 7 de abril, na sede da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba.
No dia 10 de agosto, o Dia do Basta, a CUT convoca sua base e entidades filiadas à luta para exigir um basta de desemprego, de aumento do preço do gás de cozinha e dos combustíveis, de retirada de direitos da classe trabalhadora, de privatizações e de perseguição ao ex-presidente Lula.
Já no dia 15 de agosto, data do registro da candidatura de Lula à Presidência da República no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a CUT estará presente em Brasília, apoiando e reforçando a posição da Central em defesa da democracia e contra a farsa de setores do Judiciário para impedir que Lula, o mais querido pelo povo e o primeiro colocado em todas as pesquisas de intenções de votos de todos os institutos do País, seja candidato nas eleições de outubro.
“A Executiva da CUT reforça a avaliação de que os próximos meses serão de uma intensa disputa de classes, que será decidida nas ruas e nas urnas, nas manifestações e no voto! A grande arma para vencer a direita é mostrar força nas ruas e vencer as eleições com um projeto que abrace os princípios da Plataforma da CUT em defesa dos Direitos, da Democracia e da Soberania, apoiando um programa de governo transformador”, diz trecho da resolução.
Segundo o documento, a Plataforma da CUT para as Eleições de 2018 é um guia seguro para que os trabalhadores e trabalhadoras tenham a certeza de que seus direitos, a democracia e a soberania do Brasil estão sendo defendidos.
Entre as propostas que compõe a plataforma, estão: “revogar completamente a EC 95, que congela os gastos públicos por 20 anos; derrubar a reforma trabalhista em todas as suas frentes; reverter o desmonte dos serviços púbicos, com prioridade absoluta para a saúde e educação; reverter o sucateamento e entrega das empresas e serviços públicos ao capital estrangeiro; combater a destruição da nossa democracia em todas as suas frentes e apagar tudo o mais que Michel Temer e seus asseclas fizeram ao nosso país nos últimos dois anos.”
Confira a resolução Executiva da CUT na íntegra:
RESOLUÇÃO
A Direção Executiva da CUT, reunida em São Paulo no dia 25 de julho de 2018, analisou a atual conjuntura econômica, social e política do país, traçando a estratégia para o próximo período, reconhecido pelos dirigentes como um dos mais importantes para os trabalhadores na definição dos rumos do País para os próximos anos.
Apesar da proximidade das eleições, e de todas as atenções se voltando para seus desdobramentos, Michel Temer, o presidente ilegítimo com maior taxa de desaprovação popular da história brasileira, e seus aliados golpistas continuam ignorando o repúdio do povo brasileiro ao seu governo e tocando sua agenda de destruição. Escondidos sob a complacência e ajuda da mídia monopolista e corporativa e com o respaldo de um sistema de justiça que viola os princípios constitucionais vão aprovando silenciosamente sua agenda contra todos direitos do povo e do Brasil como País democrático e soberano.
O programa de desestatizações continua e agora ainda mais acelerado, depois que o STF proibiu, ainda que por liminar, que empresas públicas sejam privatizadas sem o aval do Congresso Nacional. Nesse contexto, além de parte importante da Embraer já ter sido vendida à iniciativa privada estadunidense, a venda do sistema Eletrobrás continua caminhando a passos largos. Outras 75 propostas de Parcerias Público Privadas (PPP) estão em andamento e nos últimos dias foi aprovada a inclusão de mais cinco projetos de Temer na pauta, envolvendo linhas de transmissão de energia, ferrovias, rodovias e mais uma rodada de leilão do pré-sal, tudo para ser aprovado antes das eleições.
A cada dia, a antirreforma trabalhista mostra seu lado mais perverso na medida em que, nas negociações salariais, os patrões estão cortando cada vez mais direitos dos trabalhadores baseados no texto da nova lei. As categorias que estão em campanha salarial encontram dificuldades nas negociações e os trabalhadores começam agora a perceber a profundidade das mudanças que estão atingindo sua vida no trabalho e na organização sindical. Depois que a CUT liderou nacionalmente um movimento de pressão aos parlamentares a antirreforma da Previdência deixou a pauta do Congresso apenas temporariamente. Nos últimos dias, a mídia golpista voltou à carga com notícias supostamente alarmantes de envelhecimento da população, o fim das aposentadorias e a quebra do país se a reforma não for aprovada. Os golpistas não escondem que voltarão com essa pauta logo após as eleições.
Por sua vez, os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), indicam o aumento da pobreza e da precarização do trabalho, mostrando claramente a mentira da “recuperação” econômica. Qualquer pesquisa ou estudo sério mostram a mesma realidade: os trabalhadores e o povo brasileiro continuam empobrecendo e sem trabalho decente, adoecendo sem amparo, morrendo nas ruas dominadas pelo crime, vendo a educação de qualidade ficar cada vez mais longe de seus filhos, pagando preços absurdos pelos alimentos, combustíveis e remédios, ou seja, uma longa lista de tragédias sociais noticiadas diariamente sem o mínimo constrangimento pela mídia que apoiou o golpe e continua a afirmar sem pudor que a retomada do crescimento está a caminho.
No cenário eleitoral, ficou definida a unidade da direita em torno de Geraldo Alckmin, candidato do PSDB. Com isso, a avaliação é de que cresce a polarização entre esquerda e direita no país. O debate que se impõe hoje não é apenas mais um debate, nem a eleição é apenas mais uma eleição. O debate e a eleição são a expressão real da luta de classes que sempre houve no Brasil, mas agora se revela mais intensa e sem disfarces no dia-a-dia dos trabalhadores. É essa luta de classes que esta refletida no desespero da direita que, sem candidato que possa oferecer a mínima esperança de vencer as eleições, faz do jogo sujo com o Poder Judiciário sua melhor estratégia: manter Lula injusta e ilegalmente preso.
A Plataforma da CUT para as eleições de 2018 é um guia seguro para que os trabalhadores tenham certeza de que seus direitos, a democracia e a soberania do Brasil estão sendo exigidos para o próximo mandato.
Vencer as eleições com um projeto que contemple as necessidades e anseios dos trabalhadores e trabalhadoras continua a ser a melhor estratégia para a disputa que temos pela frente para enfrentar e reverter essa realidade de destruição que estamos vivendo. Revogar completamente a EC 95, que congela os gastos públicos por 20 anos; derrubar a reforma trabalhista em todas as suas frentes; reverter o desmonte dos serviços púbicos, com prioridade absoluta para a saúde e educação; reverter o sucateamento e entrega das empresas e serviços públicos ao capital estrangeiro; combater a destruição da nossa democracia em todas as suas frentes e apagar tudo o mais que Michel Temer e seus asseclas fizeram ao nosso país nos últimos dois anos.
É por conta desses cenários, que formam hoje uma dura realidade, que a CUT elegeu como seus próximos passos urgentes e prioritários duas agendas para colocar nas ruas a pauta de reivindicações dos trabalhadores em defesa de seus direitos:
DIA 10 DE AGOSTO – Esse é o dia da CUT e da classe trabalhadora! É O DIA DO BASTA! DIA NACIONAL DE MOBILIZAÇÕES E PARALISAÇÕES! Para esse dia a CUT convoca e conclama suas Estaduais, Ramos, Sindicatos e, principalmente, a todos e cada um dos trabalhadores e trabalhadoras para os atos e atividades programados. Nesse dia vamos à luta pela pauta classista contra o desemprego, a carestia, as reformas destruidoras de direitos, as privatizações destruidoras da nossa soberania e os atos arbitrários do Estado de exceção em que vivemos, destruidores da nossa democracia. Vamos lutar por uma profunda transformação que revogará as medidas saídas do golpe e incentivará as políticas sociais, a retomada da economia e o desenvolvimento com um todo. Será o dia de luta contra a continuidade do golpe. Nunca foi tão importante mostrar nossa força e determinação para a luta e para o enfrentamento de toda essa conjuntura perversa.
DIA 15 DE AGOSTO – Esta é a data do registro da candidatura de Lula à presidência da República no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, e a CUT se fará presente apoiando e reforçando nossa posição contra toda a farsa e em defesa da democracia.
A Executiva da CUT reforça a avaliação de que os próximos meses serão de uma intensa disputa de classes, que será decidida nas ruas e nas urnas, nas manifestações e no voto! A grande arma para vencer a direita é mostrar força nas ruas e vencer as eleições com um projeto que abrace os princípios da Plataforma da CUT em defesa dos Direitos, da Democracia e da Soberania, apoiando um programa de governo transformador.
Com base nesta análise da conjuntura e dos debates dela decorrentes, a Direção Executiva da CUT aprovou as seguintes resoluções:
1 – ORIENTAR E ORGANIZAR ENTIDADES CUTISTAS PARA O DIA DO BASTA! DIA NACIONAL DE MOBILIZAÇÕES E PARALISAÇÕES.
A CUT deve construir junto com suas Estaduais, Ramos e Sindicatos a participação forte e massiva no dia 10 de agosto. Esse será um dia decisivo e deverá trazer para as ruas a defesa da pauta classista dos trabalhadores e a defesa da eleição de Lula à presidência da República como única alternativa para derrotar e revereter golpe. Todos os dirigentes CUTistas deverão reforçar em suas bases a importância e o significado desta agenda.
2 – PARTICIPAR DO ATO NACIONAL NO TSE EM BRASILIA PELA CANDIDATURA DE LULA À PRESIDENCIA DA REPÚBLICA
Organizar e orientar a participação da CUT no ato em Brasília cuja meta é levar 10.000 participantes para se juntarem ao PT e a diversos Movimentos Sociais em apoio à candidatura da chapa de Lula, que será formalizada nessa data ao TSE.
3 – PLATAFORMA DA CUT
Continuar a divulgar e debater em todas as instâncias CUTistas os princípios assumidos pela CUT em defesa dos trabalhadores, trabalhadoras e do Brasil.
4 – 4ª. CONFERÊNCIA NACIONAL DE FORMAÇÃO
Encaminhar a execução da 4ª. Conferência Nacional de Formação a realizar-se de 27 a 31 de maio de 2019, tendo em vista os novos desafios impostos à CUT no cenário de pós reforma sindical e do futuro do mundo do trabalho.
EM DEFESA DO EMPREGO, DA APOSENTADORIA E DOS DIREITOS TRABALHISTAS!
LULA LIVRE! LULA PRESIDENTE!
Direção Executiva da CUT Nacional
Por CUT