A luta dos camponeses pela democratização da terra, por estruturas dignas de trabalho e moradia e transformações na organização da sociedade brasileira começou a pouco mais de 35 anos e em 2002, o mês de abril foi o escolhido para recordamos as lutas camponesas.
“A maior conquista que nós obtivemos foi chegar até aqui. Porque o nosso sonho era conquistar um pedaço de terra para tirarmos o sustento da nossa família”, revelou o camponês atualmente assentado, José Dionísio.
De acordo com o deputado federal e secretário Nacional Agrário do PT, Elvino Bohn Gass (PT-RS) através da efetivação de políticas públicas e, também, da educação é necessário desconstruir o preconceito social que envolve os trabalhadores dos campos.
“A elite brasileira e o latifúndio discriminam o pequeno produtor, o assentado da reforma agrária que nos movimentos se organizam e apresentam as suas pautas e seguem fazendo a sua luta e produzindo o que é de mais nobre que é a comida, a produção do alimento gerando assim, o desenvolvimento” ponderou Bohn Gass.
Segundo Fernando Lima, da Fundação Pró-Natureza (Funatura) hoje em dia um dos grandes desafios “é fazer com que os produtos da agriculta familiar agregue valor e consigam também, assim como os produtos do agronegócio, ser exportado e ganhar mercado” para que em contrapartida os camponeses possam gerar desenvolvimento econômico ao país e também melhorar a sua qualidade de vida.
“Minha mãe pegava uma enxada, um pouco de rapadura e um saco de farinha e me chamava para ir para a roça, ou seja, o trabalho na roça foi o estudo que minha mãe e minha avó me proporcionou”, explicou o camponês, Geraldo Rodrigues.
Nos últimos 12 anos o Governo Federal tem atuando com o Modo Petista de Governar implementando políticas públicas para melhorar a vida dos trabalhadores do campo, como é o caso do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), entre outros.
“Nós não produzimos somente para nós porque nós produzimos também para pessoas de fora, e assim como eu não enveneno os meus filhos e os meu netinhos, não quero envenenar as pessoas lá de fora. Isso é o que nós pretendo fazer aqui, esse é o nosso projeto, concluiu o camponês Pedro Malaquias.
Dia Internacional da Luta Camponesa
Em 1996 na tentativa de pressionar o governo federal para efetivar a Reforma Agrária diversos camponeses do estado amazônico do Pará realizaram uma marcha em protesto contra a demora da desapropriação de terras, o que originou a matança de dezenove lutadores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, conhecido como o Massacre Eldorado dos Carajás.
Assim sendo, na segunda Conferência da Via Campesina, que é uma organização internacional de camponeses composta por movimentos sociais e organizações de todo o mundo, foi instituído o dia 17 de abril como o “dia Internacional da Luta Camponesa”, em homenagem aos camponeses assassinados no estado Pará.
(Fabrícia Neves — Portal do PT)