Carla Tatiane (PCdoB), candidata a vice-prefeita na chapa de Fernando Mineiro (PT), estava visivelmente emocionada durante o ato contra o golpe realizado na cidade de Natal, na noite desta segunda-feira (29). Com olhos marejados entre os cerca de 350 militantes que se concentraram em frente ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), a ex-secretária estadual da Mulher do PCdoB potiguar lamentou o ataque à democracia em curso no Senado Federal, mas afirmou que a postura altiva e serena da presidenta Dilma Rousseff “não nos deixa desmoronar. Ela nos motiva a seguir lutando, não importa o que aconteça”.
“Estou muito orgulhosa da Dilma. Esse golpe tem um perfil de classe, das elites que não aceitam dividir direitos e espaços com outras classes sociais, mas que tem também um perfil muito machista”, afirmou. Carla citou, como exemplo, as inúmeras perguntas repetidas, como se Dilma já não as houvesse respondido, as vaias e interrupções a senadoras mulheres e o momento em que um dos golpistas iniciou sua pergunta dizendo que Dilma “não entende” do que está falando. “Eles não suportam ver uma mulher como Dilma, como Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e a Fátima Bezerra (PT-RN). Mulheres oriundas da classe trabalhadora, independentes, autônomas. Essa elite que está representada no Senado tolera mulheres que estão na sombra de um pai, de um marido, mas como elas, não”, completou.
Esse golpe tem um perfil de classe, das elites que não aceitam dividir direitos e espaços com outras classes sociais, mas que tem também um perfil muito machista”
“Vi a sessão com amigas, e a gente comentou muito como ela está enfrentando essa situação pelo cargo em que está, mas todas nós já passamos pela mesma coisa. Uma mulher empoderada empodera outras mulheres, e esses homens sabem disso. Por isso eles se incomodam tanto. Só a simbologia de uma mulher presidenta já nos empodera, e isso os incomoda. Não à toa, o governo golpista não tem mulheres e acabou com a secretaria nacional da Mulher, assim como não tem negros, como não representa a população LGBTT”, ponderou Carla.
Vi a sessão com amigas, e a gente comentou muito como ela está enfrentando essa situação pelo cargo em que está, mas todas nós já passamos pela mesma coisa”
Ela ainda elogiou ainda a firmeza de Dilma em deixar claro que sua motivação é a defesa da democracia para todos. “A Dilma não tem apego ao cargo de presidenta, ela está resistindo pela democracia. Ela lutou pela democracia em sua adolescência, e agora, aos 68 anos, volta a encarar seus algozes. Esse golpe não é contra um governo, é contra os direitos que conquistamos. O empoderamento das mulheres cria mais democracia no brasil, e mais democracia é algo que beneficia a todos”, afirmou.
Por Diego Sartorato, da Agência PT de Notícias