A presidenta Dilma Rousseff declarou, nesta segunda-feira (19) em entrevista coletiva em Estocolmo, Suécia, que não acredita que haverá um processo de “ruptura institucional” no Brasil.
Questionada por uma jornalista, a presidenta assegurou que o País está em busca da estabilidade política. “Nós somos uma democracia e temos um Legislativo, como também um Judiciário e um Executivo independentes, que funcionam com autonomia e também harmonia”, detalhou.
“Não acredito que haja risco de uma crise mais acentuada”, complementou. A entrevista coletiva ocorreu com a presença do primeiro ministro da Suécia, Stefan Lofven.
Perguntada sobre a capacidade do Brasil de arcar com a compra de 36 caças suecos Gripen NG, por US$ 5,4 bilhões, Dilma declarou que a situação econômica brasileira não afetará o acordo por tratar-se de uma crise conjuntural.
“Não acredito que a questão da crise econômica no Brasil terá qualquer impacto sobre os contratos do Gripen. A Europa e os Estados Unidos passaram por grave crise em 2008 e 2009, houve um processo de recuperação e todos os contratos existentes foram mantidos”, lembrou.
“Não vejo nenhuma razão para que isso não ocorra no Brasil, que tem economia sólida. Não temos bolha de crédito, não temos problemas econômicos estruturais”, ressaltou.
Segundo Dilma, a aquisição dos caças Gripen é um projeto “volumoso, ambicioso, mas que não compromete os recursos do Brasil”, pois o País tem “todas as condições econômicas de suportar um projeto desse tamanho”.
“Nossa economia é bastante sólida, temos tanto respaldo das nossas próprias reservas, como temos um sistema bancários sólido, uma indústria e agricultura bastante expressivas”, detalhou.
A expectativa do governo brasileiro é, a partir do Gripen, aprimorar o relacionamento com a Suécia em diversas áreas. “Queremos estabelecer várias parcerias”, afirmou a presidenta.
Dilma falou também sobre o conflito na Síria. Tanto ela quanto o primeiro ministro sueco defenderam o diálogo com potências locais em vez de uma tentativa de solução militar, que mostrou-se ineficaz até o momento.
“Não tem conversa com o Estado Islâmico, tem que haver uma tentativa via grandes potências”, analisou.
Por Cristina Sena, da Agência PT de Notícias