A presidenta Dilma Rousseff declarou em entrevista ao canal francês “TV France 24” que é “impossível” estar ligada ao caso de corrupção na Petrobras, investigada pela Operação Lava Jato. A entrevista ocorreu na última sexta-feira (5) e foi ao ar nesta segunda-feira (8). A presidenta afirmou que lutará “até o fim” para provar não está ligada aos atos.
“Eu não estou ligada. Eu não respondo a esta questão porque eu não estou ligada. Eu sei que não estou nisso. É impossível. Eu lutarei até o fim para demonstrar que eu não estou ligada. Eu sei o que eu faço. E eu tenho uma história por trás de mim. Neste sentido, eu nunca tive uma única acusação contra mim por qualquer malfeito. Então, não é uma questão de ‘se’. Eu não estou ligada”, afirmou.
Para a presidenta, o esquema de corrupção não pode ser chamado de “escândalo da Petrobras” porque “cinco funcionários” se envolveram nas irregularidades e se uniram com algumas diretorias e partidos para “obter benefícios”.
“É muito importante entender que a Petrobras tem mais de 30 mil empregados e tem cinco envolvidos. O escândalo da Petrobras não é escândalo da Petrobras, é escândalo de um determinado funcionário que era diretor na Petrobras”, disse a presidenta.
Na ocasião, Dilma lembrou que outros partidos também receberam dinheiro das empresas investigadas na Lava-Jato de forma legal, mas que somente o PT foi atacado pela grande mídia.
“Estão tentando envolver a minha campanha. Não existe nenhuma evidência que prove irregularidade na minha campanha. Não só em 2010, como também em 2014, todos os candidatos que concorreram comigo receberam dinheiro dessas empresas de forma legal”, disse.
Fifa – A presidenta defendeu que sejam feitas investigações para apurar possíveis irregularidades no Brasil. “Eu acredito que é muito importante lançar luz sobre a investigação de atos de corrupção nas organizações internacionais de futebol, inclusive aqui no Brasil. Eu acredito que para o futebol brasileiro, isso é absolutamente necessário”, disse.
A presidenta destacou a importância do Brasil ter sediado a Copa do Mundo e reforçou que punições devem ser feitas, caso tenha ocorrido algum tipo de fraude.
“Fizemos uma Copa do Mundo com nosso esforço e construímos um legado. Tudo que diz respeito a essa investigação é do maior interesse para o Brasil”, disse.
Ajuste fiscal – Sobre as medidas propostas pelo governo para reduzir os gastos e reequilibrar as contas da União, a presidenta garantiu que o ajuste “não paralisa” o governo em realizar investimentos de infraestrutura no país.
“Quando mudanças são necessárias, temos que ter coragem de fazê-las. É o que estamos fazendo. Estamos fazendo ajustes para voltar a crescer rápido”, declarou.
Dilma Rousseff também deu entrevista no mesmo dia à outros dois veículos; para a TV Deutshch Welle (Alemanha) e Le Soir Belgique (Bélgica). Nesta terça-feira (9) a presidenta fará uma viagem à Bruxelas para participar da Cúpula União Europeia – Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que reunirá líderes de países europeus e das américas.
Por Michelle Chiappa, da Agência PT de Notícias