A presidenta Dilma Rousseff defendeu, em entrevista exclusiva ao telejornal “SBT Brasil “, nesta quarta-feira (12), as manifestações que ocorrerão no dia 16 de agosto, reforçou a legitimidade de seu mandato e fez um breve balanço de seu governo. Dilma reforçou que “o Brasil é muito mais forte, robusto e estável na sua economia do que em tempo passado”.
A presidenta explicou que durante a campanha eleitoral o governo passou “a enfrentar mudanças no cenário econômico” brasileiro e mundial, e que os reflexos apareceram agora.
“A crise chega a nós justamente no período da minha campanha eleitoral”, explicou, detalhando que em agosto do ano passado houve o fim do ciclo das commodities, ou seja, quando começou a cair o preço do petróleo por barril, do minério de ferro, e até dos alimentos.
Ainda sobre a questão econômica, Dilma Rousseff declarou que “é humana e pode ter cometido vários erros”, porém ressaltou que as falhas não são compatíveis com as apontadas pela grande mídia.
Os investimentos foram analisados positivamente pela presidenta, que acredita que a economia do país vai se recuperar nos próximos meses.
“Em termos de economia, nós temos todo um roteiro de saída das dificuldades da crise que estamos. Com a recuperação das exportações da infraestrutura, nós acreditamos que começa a retomada do crescimento no Brasil. A tendência é melhorar mais no fim do ano e no inicio de 2016”, disse.
Questionada a respeito da manifestação prevista para o dia 16 de agosto contra a gestão PT, Dilma Rosseff defendeu a democracia e disse que não acredita em um Brasil “fascista”, porque o país é composto por várias etnias.
“Nós temos de ser capazes de conviver com as diferenças, as posições que não são aquelas que você deseja e com situações difíceis. Manifestações são coisas normais numa democracia, agora, o que nós temos que evitar é intolerância, porque leva a conflitos que não tem solução e divide um país”, afirmou.
Sobre a tentativa de golpe estimulada pela oposição, a presidenta comentou que não acredita na possibilidade de renuncia , porque vê “uma tentativa ainda bastante insipiente e muito artificial de criar um clima deste tipo”.
“A cultura de golpe existe, mas não tem condições materiais de ocorrer”.
“Jamais cogito em renunciar , porque não é possível que alguém discordando de um processo ou de alguma política pretenda tirar um representante, no caso, a presidenta legitimamente eleita pelo voto popular”, disse.
O jornalista Kennedy Alencar perguntou sobre a Operação Lava Jato e a petista cobrou punições aos culpados, defendeu o direito de defesa aos supostos envolvidos e reforçou a importância do trabalho dos órgãos de justiça.
“Não posso julgar nem ter atitude de avaliação ou de criminalização. Defendo a independência do MP, a autonomia da Polícia Federal, as decisões judiciais. Mas também tenho de defender o direito de defesa. Que se investigue e se puna, mas nada arbitrário, como tem que ser feito numa democracia”, declarou.
Congresso Nacional – As chamadas “pautas-bombas” no Legislativo supostamente criadas para atacar a gestão PT foram analisadas de maneira tranquila pela presidenta, que defendeu os trabalhos do Congresso Nacional.
“Nós passamos uma série de medidas sem problema nenhum. Acredito que essa rebelião na Câmara tende a ser vista com uma certa diferença. Eu não acredito que a chamada pauta-bomba vai proliferar no Congresso. Acho que o Congresso tem tradição de estar habituado ao ritmo do país”, avaliou.
“Não e possível que a política comprometa a recuperação econômica. Não pode ter irresponsabilidade e vir com a teoria do ‘quanto pior melhor’. Isso acaba afetando a população”, afirmou a presidenta.
Assista a entrevista na íntegra.
Por Michelle Chiappa, da Agência PT de Notícias