A presidenta Dilma Rousseff afirmou, nesta quarta-feira (30), existir uma conspiração contra os financiamentos públicos concedidos pelo governo federal. Para ela, há propostas pelas quais o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal deixariam de financiar a atividade industrial no País.
“É fato que muitos conspiram aberta e envergonhadamente contra o financiamento público”, afirmou Dilma durante o “Diálogos da Indústria com candidatos à Presidência da República”, promovido pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI).
“As críticas se originam dos mesmos que criticam desonerações, compras governamentais e a existência da política industrial”, completou.
Mais cedo, falaram à plateia formada por empresários os candidatos à Presidência da República Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).
A presidenta participou do evento acompanhada do vice Michel Temer e defendeu as políticas econômica e de incentivo à indústria mantidas em seu governo. Ela garantiu que, com elas, o País entrará em um novo ciclo histórico.
“Estamos construindo uma base sólida. Vamos entrar num novo ciclo: o ciclo de produtividade competitiva”, explicou a presidenta.
“Temos a menor taxa de juros da história recente da República, mesmo com tudo que enfrentamos nos últimos tempos”, completou.
Em coletiva após a sabatina, Dilma foi questionada sobre as propostas dos candidatos Aécio Neves e Eduardo Campos de reduzir a quantidade de ministérios do governo federal, Dilma citou as funções das pastas da Pesca, Igualdade Racial, Mulheres e Direitos Humanos, por exemplo, e ironizou as sugestões.
“Qual é o ministério que eles querem acabar? Me diga qual é que eu discuto concretamente”, respondeu a presidenta.
Indústria naval – Dilma destacou que a experiência do Brasil com a indústria naval mostrou a capacidade e potencialidade da política de compras governamentais, que deve servir de modelo para uma possível política da indústria brasileira.
“Quem sempre defendeu e executou uma política industrial, pode assumir o compromisso de fazer mais pela indústria”, garantiu.
Reformas – Para a presidenta, as reformas política e tributária são fundamentais e quesitos prioritários para o desenvolvimento do Brasil. “Nós tentaremos a reforma tributária de forma abrangente. Iremos perseguir essa reforma mesmo quando a conjuntura não for favorável”, explicou Dilma.
Sobre a reforma política, ela voltou a defender a participação da sociedade, através de um plebiscito popular.
“Daremos absoluta prioridade à reforma do Estado. É necessário simplificar o processo e redefinir nossos padrões, desburocratizar, simplificando, a relação do Estado com o cidadão e as empresas”.
Além disso, Dilma afirmou ser preciso simplificar as relações trabalhistas e ampliar o diálogo entre empresários, trabalhadores e governo.
Por Mariana Zoccoli, da Agência PT de Notícias