A presidenta Dilma Rousseff inaugurou nesta terça-feira (2) a segunda Casa da Mulher Brasileira. O local voltado ao atendimento de vítimas de violência doméstica fica em Brasília (DF) e integra um projeto que prevê até 2018 a construção de 27 casas de apoio, uma em cada estado do país.
Dilma classificou a iniciativa como “pioneira”, onde serão oferecidos todos os atendimentos necessário em um mesmo local. “A Casa da Mulher significa proteção contra violência, abrigo contra opressão e apoio para recomeçar a vida”, declarou a presidenta durante a cerimônia.
A primeira unidade da Casa da Mulher Brasileira foi inaugurada em fevereiro deste ano, em Campo Grande (MS). O local já atendeu 2,5 mil mulheres, totalizando 9,5 mil atendimentos.
Com a entrega do centro de apoio, Dilma reforçou o compromisso de sua gestão com as mulheres brasileiras. “As mulheres vítimas de violência no DF, ou em qualquer lugar deste nosso imenso Brasil, têm o meu apoio, o apoio do meu governo”, afirmou.
De acordo com a Secretaria de Políticas para as Mulheres, 80% das vítimas de violência atendidas pela Central de Atendimento à Mulher, Ligue 180, são mães. E ainda, cerca de 64% dos filhos estão presentes durante o ato de violência.
As unidades contam com diversos serviços especializados, entre eles, acolhimento e triagem; apoio psicossocial; delegacia; Juizado; Ministério Público, Defensoria Pública; e promoção de autonomia econômica. Os filhos das mulheres atendidas também receberão cuidados e serviços como brinquedoteca; alojamento de passagem e central de transportes.
Em Brasília, o espaço tem capacidade de atender até 250 pessoas por dia, o local é dividido em setores com portas e janelas coloridas que identifica cada tipo de atendimento. “A Casa da Mulher é, sobretudo, uma iniciativa pioneira, nós garantimos em um único lugar acesso a todos os serviços” afirmou a presidenta.
O espaço funcionará por 24 horas. Porém, neste primeiro momento de adaptação, o horário será reduzido das 8 às 22 horas, de segunda a sexta-feira, e das 8 às 20 horas, aos sábados e domingos.
O atendimento integrado e humanizado às mulheres em situação de violência, na avaliação da ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres,Eleonora Menicucci, é uma política pública fundamental para romper com o ciclo da violência.
“Estamos com mais essa Casa cumprindo o dever de romper a cultura de violência contra a mulher”, disse Menicucci.
Entre 2009 e 2011, uma média de 15 mulheres foram assassinadas por dia no Brasil. Em 2014, o Ligue 180 realizou uma média diária de 145 atendimentos relativos à violência contra a mulher.
Ações integradas – A presidenta destacou outras ações do governo PT para coibir a violência contra as mulheres. “Estamos instalando centros de atendimentos nas fronteiras secas para combater a rede de tráfico e exploração contra as mulheres. Em março deste ano, sancionei a lei que tipifica o feminicídio. Agora, o autor do crime será julgado por crime hediondo”, declarou.
Durante a cerimônia, a presidenta e a ministra Menicucci citaram a Maria da Penha Maia Fernandes, conhecida por dar nome a Lei Maria da Penha (Lei Nº 11.340/2006), que tornou mais duras as penas contra agressores de mulheres, como exemplo de mulher pela luta contra a violência.
“Você é o exemplo para todas as mulheres brasileiras. Um exemplo de resistência e resiliência para as mulheres que lutam contra essa chaga que é a violência contra a mulher”, disse Menicucci.
Presente na cerimônia, Maria da Penha reforçou a importância da construção das unidades no Brasil. “Essa casa de atendimento à mulher é a maior política pública já existente no país. Sabemos o quanto é importante o acolhimento para a mulher e para os seus filhos”, declarou.
Por Michelle Chiappa, da Agência PT de Notícias