A presidenta Dilma Rousseff disse que é obrigação do governo dialogar, com humildade, com as demandas dos manifestantes que tomaram as ruas na sexta-feira (13) e no domingo (15). “Quando as pessoas se manifestam nas ruas é obrigação de um governo escutar. É algo legítimo. O governo tem obrigação de abrir o diálogo, com uma postura humilde”, declarou em entrevista coletiva nesta segunda-feira (16).
Para Dilma, é preciso respeito ao resultados das urnas e ouvir com atenção as vozes das ruas. “Na democracia, nós respeitamos as urnas, que traduzem a vontade da maioria; as ruas, um dos espaços de manifestação popular sem violência, e ouvimos com atenção todas as vozes. Por isso, o governo sempre irá dialogar com as mensagens da rua”, afirmou.
Antes, em pronunciamento durante a cerimônia de sanção do novo Código de Processo Civil, Dilma declarou ter valido a pena lutar pela democracia ao lembrar de sua atuação na luta contra a ditadura militar. “Ao ver centenas de milhares de cidadãos se manifestando, não pude deixar de pensar que valeu a pena lutar pela liberdade, pela democracia. Este País está mais forte que nunca”, disse.
“Nunca mais no Brasil vamos ver pessoas que, ao manifestarem sua opinião, seja contra até a presidenta, possam sofrer consequências”, ressaltou.
Dilma disse ainda que governa para todos os brasileiros, “sejam os que me elegeram, sejam os que não votaram em mim, os que participam das manifestações e os que não participaram”.
Ao comentar as manifestações pelo impeachment ou a favor da intervenção militar, a presidenta pediu responsabilidade. “Não quero consenso, mas tem de haver responsabilidade quando se trata de Constituição”, declarou.
Combate à corrupção – De acordo com a presidenta Dilma, o combate à corrupção é um “processo educacional”. “O fato de você não querer ganhar vantagem em tudo. Valorizar o trabalho e a pessoa que conquistou aquilo com seu próprio valor. Uma pessoa não pode cometer pequenas infrações, porque ela cria ambiente de permissividade”, sustentou.
Ao comentar a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal, nesta segunda, contra 27 pessoas, entre elas, o tesoureiro do PT João Vaccari Neto e o ex-diretor de Serviço da Petrobras Renato de Souza Duque, a presidente disse que isso comprova não haver qualquer interferência do Executivo nas investigações de desvios ocorridos na estatal.
“Eu acho que esse acontecimento mostra que todas as teorias a respeito de como o governo interferiu sobre o MPF, ou quem quer seja para investigar e fazer qual coisa, é absolutamente infundada. Se querem investigar vão investigar, quem for responsável pagará pelo que fez”, declarou.
Da Redação da Agência PT de Notícias