Partido dos Trabalhadores

Dilma: Não perco o controle e nem a esperança, pois sou mulher

Presidenta participou de ato com mulheres pela democracia no Palácio do Planalto. Ela condenou tentativas de golpe e vazamentos seletivos

Presidenta Dilma Rousseff durante encontro com Mulheres em Defesa da Democracia. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

A presidenta Dilma Rousseff atacou, em ato com mulheres pela democracia, nesta quinta-feira (7), reportagem publicada pela revista “Istoé” na última semana. Ela disse ter ficado “indignada”, ter determinado que a revista seja processada por crimes contra a honra e também afirmou ter exigido direito de resposta.

“Essa revista vem sistematicamente mentindo, inventando. Produziu uma peça de ficção para ofender a mulher e a presidenta, com o propósito de me ofender como presidenta justamente por ser mulher. É um texto muito baixo que reproduz um tipo perverso de misoginia. Tenho muito orgulho de ser mulher”, disse.

A presidenta lembrou, durante o ato, que foi presa ilegalmente durante a ditadura, mas que sempre manteve o controle e, sobretudo, a esperança. Dilma ainda condenou a “sabotagem” de forças contrárias que atuam contra ela desde a reeleição. “Estou enfrentando desde a minha reeleição a sabotagem de forças contrárias e mantendo o eixo, o controle e a esperança”, afirmou.

“Eu não perco o controle, não perco o eixo, não perco a esperança porque eu sou mulher. Não controle, o eixo e a esperança porque me acostumei a lutar por mim e pelos que eu amo. Amo a minha família, amo o meu país, amo o meu povo”, completou Dilma.

Foto: Lula Marques/Agência PT


Durante fala para uma platéia praticamente composta por mulheres, Dilma disse se orgulhar em ter, em todas as políticas públicas do governo federal, marcas pela defesa do empoderamento e da autonomia das mulheres.

Democracia ameaçada
A presidenta lembrou, durante o ato, do encontro com artistas, realizado na última semana no Palácio do Planalto. Dilma recordou a fala da atriz Letícia Sabatella, que disse fazer oposição ao governo, mas também ser contra o golpe.

“Sabemos que vivemos um tempo muito estranho, um momento em que na clara, evidente ausência de justificativa jurídica e ilegal, aqueles que tentam promover um golpe de estado devem saber que são imensos os riscos a que submeteram o país”, condenou a presidenta.

Dilma disse saber que os golpistas têm consciência da fragilidade do processo de impeachment e, por isso, apresentam outras “soluções” como renúncia.

“Eu nunca me opus a pactos e podem oferecer saídas para a solução da crise. O Brasil precisa de um grande pacto. Nenhum pacto prosperará se nas tiver como premissa o respeito à democracia”, cobrou a presidenta.

Foto: Lula Marques/Agência PT


De acordo com ela, a premissa para um grande pacto, no entanto, deve basear-se na defesa da vontade popular, manifesta pelo voto. “Nenhum pacto pode ser sequer discutido se não se respeitar os mais de 54 milhões de brasileiros que votaram em mim. Devem ser respeitados os milhões que não votaram em mim, mas que participaram nas eleições, que acreditaram nas eleições e que acreditam e honram as regras da democracia”, continuou.

Para Dilma, “tentar derrubar uma presidente sem que tenha cometido crime é um insulto a todos os eleitores”. “É um insulto aos 110 milhões de brasileiras e brasileiros que reconhecem a eleição direta como maneira certa e legal de eleger os governantes. A própria eleição está sendo desmoralizada como método de escolha. Nós precisamos sim de um pacto, eu quero um entendimento nacional porque governo para todos os brasileiros”.

A presidenta ainda cobrou, além do respeito ao voto, o fim das pautas bombas que não contribuem para o país, a unidade pela aprovação de reformas, a retomada do crescimento, a preservação de todos os direitos conquistados, além da necessária, imprescindível e urgente reforma política.

Vazamentos seletivos
Dilma também voltou a condenar, durante o ato com mulheres, os vazamentos seletivos. Segundo ela, essas informações são divulgadas com o “claro objetivo de criar ambiente propício ao golpe”.

“Golpe de Estado. Um golpe dissimulado, mas é um golpe. Uma trama golpista que usa vazamentos seletivos”, disse.

Às mulheres, a presidenta contou ter determinado a rigorosa apuração de responsabilidades por vazamentos recentes e bem como a tomada de todas as medidas judiciais cabíveis.

“Passou de todos os limites a seleção muito clara de vazamentos em nosso País”, concluiu.

Da Redação da Agência PT de Notícias