A presidenta Dilma Rousseff tem pautado seu discurso e declarações com honestidade e transparência para esclarecer a atuação do governo desde a posse presidencial, em janeiro. Em entrevista na última sexta-feira (20) ao jornal alemão Handelsblatt, ela fez um balanço da gestão PT até o momento atual e pediu “mais tempo” para concluir o que foi prometido durante a campanha eleitoral.
“Em nove meses desde a eleição, não conseguimos implementar o que prometemos para o segundo mandato. Eu digo, dê-nos mais tempo para que possamos satisfazer as expectativas”, disse.
Sobre a economia brasileira, a presidenta explicou que o Brasil não vai progredir tão rápido como na década passada. Neste caso, a presidenta fez referência às conquistas sociais e econômicas promovidas pela gestão petista ao longo destes 13 anos.
Dilma Rousseff lembrou que o Brasil vive uma crise econômica e que “o processo de queda do preço das commodities, com os ajustes na China, ainda impactarão a economia mundial por um tempo”. Além disso, ela aproveitou para explicar que a recessão deve atingir o país de “seis a no máximo 12 meses”, por isso, os ajustes propostos pelo governo são necessários.
“Ninguém vai passar sem ajustes dolorosos”, informou.
A presidenta acredita que o Banco Central Americano (Federal Reserve) não deve “incentivar a instabilidade”. Neste sentido, Dilma Rousseff mostrou confiança, apesar das taxas de juros nos Estados Unidos terem aumentado.
Ela também defendeu que o investidores estrangeiros podem confiar nos investimentos feitos no Brasil.
“Nós não temos uma bolha que poderia estourar. Nem no mercado da habitação, nem no endividamento de pessoas e empresas. Nossos bancos são sólidos. Temos elevadas reservas cambiais, que se acumularam nos bons tempos”, disse.
A petista ainda saiu em defesa do aumento de investimentos, o controle da inflação e voltou a defender o combate à corrupção.
“Nós não queremos criminalizar as empresas ou puni-las coletivamente. Nosso modelo é o dos Estados Unidos que pune os responsáveis, e as empresas seguem em frente”, afirmou, em referência à Operação Lava Jato.
Para ampliar a participação das mulheres na política e no mundo empresarial, Dilma Rousseff defendeu a adoção de cotas.
“É urgentemente necessário que mulheres tenham acesso ao topo das empresas e da política por meio de uma cota. É muito difícil implementar a igualdade de outra forma”, destacou.
Por Michelle Chiappa, da Agência PT de Notícias