A ex-presidenta Dilma Rousseff disse neste 1º de Maio, Dia do Trabalhador, que a unidade dos progressistas e democratas é necessária defender a vida e a democracia, criticando Jair Bolsonaro, a quem acusou de aviltar a cadeira presidencial. “Se o presidente despreza a vida, e dá de ombros, dizendo ‘E daí?’, nossa busca determinada por mudanças mostrará a ele que o povo brasileiro vai impor sua vontade e retomar o caminho da justiça social e do desenvolvimento do país”, declarou Dilma, em mensagem veiculada nas redes sociais.
“Os trabalhadores brasileiros vivem o mais trágico 1º de Maio de nossa história. Nunca o país enfrentou uma crise em tantas frentes: sanitária, social, econômica e política”, denunciou a ex-presidenta. “Toda a política de bem-estar social construída a partir de 1988, com a Constituição Federal, e aprofundada bos governos do PT, está sendo destruída, dia-a-dia”.
Ela lembrou que a ofensiva contra os direitos sociais e dos trabalhadores, garantido pela Carta Magna, está sendo agredida desde o Golpe de 2016. “Hoje, o Brasil tem milhões de desempregados e 40 milhões de pessoas vivendo na informalidade. A desigualdade é tão vergonhosa, que nada menos do que 100 milhões de brasileiros vivem com até R$ 413 por mês”, denunciou.
Dilma lamentou que a passagem pela data histórica e internacional do Dia do Trabalhador seja lembrada neste ano em meio a um momento de dor para a sociedade, tragicamente marcada pela morte de mais de 5 mil brasileiros. “São vítimas da negligência e da omissão de um governo liderado pelo mais brutal e desalmado chefe de Estado entre todas as nações do planeta”, criticou.
“Irresponsavelmente, Jair Bolsonaro desdenha da doença, zomba dos mortos e avilta a cadeira de Presidente da República. No Palácio do Planalto, hoje está um líder político que não se envergonha de promover a desordem e a destruição da ordem democrática, apoiando protestos contra as instituições da República”, denunciou.
Em vez de proteger os trabalhadores e os mais vulneráveis, o presidente da República os entrega à própria sorte. O governo tem dinheiro para ajudar bancos, mas nega apoio aos trabalhadores que estão perdendo condições de vida para se sustentar
Ela alertou que epidemia do coronavírus ganha contornos ainda mais graves no Brasil, porque o presidente deixa de atuar como um líder preocupado em salvar vidas humanas. “É triste que tenhamos de atravessar uma situação tão ruim, em pleno século 21, tendo à frente um líder que elogia torturadores, desrespeita a vida das pessoas, despreza a ciência, os médicos, e trata governadores e prefeitos como inimigos”, advertiu.
“Em vez de proteger os trabalhadores e os mais vulneráveis, o presidente da República os entrega à própria sorte. O governo tem dinheiro para ajudar bancos, mas nega apoio aos trabalhadores que estão perdendo condições de vida para se sustentar”, ressaltou. “Desprezível, o presidente ofereceu meros 200 reais para os desempregados pela crise. Depois, derrotado pela oposição, que garantiu auxílio de 600 a 1.200 reais, passou a sabotar a distribuição do dinheiro”.
Dilma afirma que os trabalhadores e pobres é que estão sofrendo diante do comportamento de Bolsonaro. “O resultado é o que vimos agora: filas enormes diante de agências bancárias”, lamentou. “Uma monstruosidade com o nosso povo trabalhador, submetido ao papel indigno de implorar por um dinheiro que é dele por lei e por direito. Mais grave, formando aglomerações e arriscando suas próprias vidas”.
“A luta por dias melhores para todos se intensifica neste momento. Neste 1º de Maio, mais do que nunca, precisamos de unidade para construir um país que garanta o futuro melhor a nossos filhos e netos, reduzindo as desigualdades seculares e impondo a vida humana, digna, como o mais precioso bem e direito de todos”, defendeu.
Ao concluir a mensagem, Dilma disse que, se o presidente despreza a vida, a busca por mudanças mostrará a ele que o povo brasileiro vai impor sua vontade e retomar o caminho da justiça social e do desenvolvimento do país. “Não nos resta outro caminho agora que não gritar, fortemente e de maneira corajosa: Fora, Bolsonaro! Viva os trabalhadores do Brasil! Viva as forças populares do país!”, concluiu.