No Palácio do Planalto, nesta quarta-feira (5), a presidenta Dilma Rousseff concedeu o prêmio a 26 pessoas e quatro entidades brasileiras da área cultural. Para Dilma, a homenagem permite valorizar e reconhecer a diversidade cultural, segundo ela, uma das principais riquezas do País. “Cultura é elemento estratégico para a construção de um país próspero e desenvolvido”, disse.
“É com essa diversidade, e a partir dela, que nós temos o melhor da nossa matéria prima e da nossa própria produção”, falou a presidenta. Segundo Dilma, as personalidades e entidades homenageadas expressam, justamente, a força da pluralidade cultural do Brasil. “Todos são exemplos dessa mistura: mistura de sotaques, mistura de propostas, mistura de saberes, mistura de diferentes manifestações que compõem o mosaico que somos, a nossa nacionalidade e, portanto, a nossa cultura”, destacou.
As duas homenageadas especiais da 20ª Edição da Ordem Mérito Cultural, a arquiteta Lina Bo Bardi e a artista plástica Djanira da Motta e Silva, ambas falecidas, também tiveram destaque na fala da presidenta. Dilma afirmou que a mulheres brasileiras devem se orgulhar muito das duas, porque venceram em vocações até então vistas como exclusivamente masculinas.
“Eu tenho imenso privilégio de conviver diariamente com duas magníficas pinturas da Djanira que fazem o meu gabinete um espaço mais humano, um espaço no qual não só as questões de Estado, mas também a simbologia da arte brasileira está ali presente”, falou.
Dilma citou também uma obra de Lina, exemplo do talento da arquiteta, o prédio do Museu de Arte de São Paulo (Masp), localizado na Avenida Paulista. “Ali, no meio da maior cidade da América Latina, está um prédio que parece estar flutuando naquela avenida”, disse a presidenta.
A importância da cerimônia, de acordo com Dilma, é a afirmação de que os artistas devem ser “primeiro, distinguidos, detectados e, diante do que contribuíram para todos nós, têm de ser homenageados”.
Dilma lembrou que no projeto iniciado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 12 anos atrás, de inclusão social, não é possível deixar de considerar a prioridade do setor cultural.
“A cultura é um elemento estratégico para a construção de um país próspero e desenvolvido mas, sobretudo, um país com autoestima”, discursou a presidenta. Segundo ela, e da cultura que se tira o orgulho do País. “É da cultura que nós tiramos também toda a nossa capacidade de ter esperança na vida e, portanto, também de ter esperança na sociedade”, ressaltou.
Premiados – O maestro Júlio Medaglia, o roteirista e diretor Orlando Senna e os familiares do falecido pintor Jenner Augusto receberam o título Grã-Cruz, o mais alto grau de premiação, seguido por Comendador e Cavaleiro, respectivamente.
Na classe Comendador, foram agraciados Bernardo Paz (idealizador do Centro de Arte Contemporânea Inhotim), Henricredo Coelho (mais conhecido como Palhaço Gafanhoto), Luiz Angelo da Silva (Ogan Luiz Bangbala), a cantora Marisa Monte, a atriz Patrícia Pillar e o falecido chef Paulo de Araújo Leal Martins.
Na classe Cavaleiro, os premiados foram o chef Alex Atala, o ator e diretor Celso Frateschi, a escritora Eliane Potiguara, o autor e ator Chico de Assis, o antropólogo Hermano Vianna, o sertanista José Meirelles, a cantora falecida Vange Leonel, o ator Matheus Nachtergaele, o estilista Oskar Metsavaht, o rapper Mano Brown, o mestre da cultura popular Tião Oleiro e a dupla sertaneja Bruno e Marrone.
Alguns artistas, homenageados anteriormente, ganharam novos títulos. A escritora Adélia Prado e o jornalista Washington Novaes foram promovidos para a Classe Grã-Cruz, e o cantor Pinduca e a coreógrafa Angel Vianna, para a Classe Comendador.
Quatro entidades também foram agraciadas, mas sem grau de classe. São elas: Escola de Gente (ONG de inclusão social), o grupo de dança Ciranda de Tarituba, a Fundação Sara Kali (com atividades de inclusão do povo cigano) e o Grupo Cena 11 Cia. de Dança.
Por Paula Zagotta, da Agência PT de Notícias