Recebida aos gritos de “Não vai ter golpe”, a presidenta Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (15), durante a inauguração do Museu de Congonhas, em Minas Gerais, que irá revitalizar o Rio Doce, após o rompimento da barragem de Fundão em Mariana, no início de novembro. A ideia, segundo a presidenta Dilma, é reflorestar as margens, preservar as nascentes e recuperar o rio por inteiro.
“Nos importa transformar novamente o rio doce naquilo que ele foi. Com margens reflorestadas, nascentes preservadas, recuperando inteiramente o Rio. Esse é um projeto que não se esgota no curto prazo, mas que começa no curto prazo e que se estende até que o rio seja de fato aquele rio que nós herdamos dos nossos ancestrais”, disse.
Dilma anunciou que serão tomadas medidas necessárias para que desastres como esse não se repitam “nunca mais”. “Assegurar que as medidas necessárias sejam tomadas é algo que nós devemos àqueles que perderam suas vidas, na Região de Mariana, na região de toda a bacia hidrográfica do Rio Doce e, sobretudo, perderam também seus meios de vida”, afirmou.
Com o rompimentos da barragem foram despejados no rio 35 milhões de metro cúbicos de lama e rejeitos de mineiro, atingindo diretamente as cidades que ficam na região de Mariana, o Rio Doce e o estado do Espírito Santo, e, posteriormente, o mar. Mais de 40 cidades foram prejudicadas com o rompimento da barragem que eram administradas pela Samarco, empresa cuja Vale e a BHP Billitin são donas.
A presidenta falou também sobre a importância em diversificar a economia em cidades mineradoras como Mariana e Congonhas. Ela afirmou que vão estimular o “desenvolvimento e acolhimento de visitantes” para diminuir essa dependência dos minérios.
“Vamos estimular o desenvolvimento e acolhimento de visitante, a permanência dos turistas por mais tempo nesta cidade, ampliando os serviços associados, hotéis, alimentação, receptivo, fortaleceremos a educação e a pesquisa, abrindo novas alternativas de formação para crianças e jovens”, explicou.
Museu de Congonhas – Dilma disse que o prédio é um “sonho” que foi realizado depois de mais de uma década com muito trabalho, esforço, dedicação de muitas pessoas e a capacidade de superar obstáculos. A presidenta visitou o prédio que reúne mais de 300 peças sacras históricas e foi presenteada com um crucifixo e uma peça de artesanato local.
“O museu é um sonho que levou 12 anos para se realizar. Foi o trabalho, o esforço a dedicação de muitas pessoas e uma grande capacidade de superar obstáculos e desafio realizar este museu que, de fato, é extremamente importante para a cidade, para a região, para o estado e para o nosso país”, disse.
Por Danielle Cambraia, da Agência PT de Notícias