A presidenta Dilma Rousseff manteve a orientação do Partido dos Trabalhadores (PT), assumida mais de dez anos atrás (2004) pelo então presidente Luís Inácio Lula da Silva, ao optar pela valorização do trabalhador e conceder ao salário mínimo reajuste superior ao planejado pelo ministro Joaquim Levy na proposta orçamentária de 2016, encaminhada ao Congresso no dia 31 de agosto.
Estudo do Departamento Intersindical de Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) divulgado na tarde de terça-feira (29) revela que o Brasil tem hoje o maior salário mínimo desde 1982, quando o piso atingiu recorde de R$ 870,88 (valor na série atualizada) ainda na ditadura militar.
O cenário econômico atual indica que o melhor e mais confortável para o governo seria adotar um salário mínimo menor, como os R$ 865,50 previstos na proposta inicial da lei orçamentária.
Afinal, só essa diferença de R$ 14,50 em relação ao valor efetivamente anunciado pela presidenta, de R$ 880, significariam uma economia superior a R$ 4,7 bilhões no orçamento anual, conforme estimativa do ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, em entrevista coletiva concedida na terça-feira (29).
Mas nem o momento difícil tirou o foco da presidenta naquilo que sempre se propôs: melhorar a vida do brasileiro. Embora pareça pouco, por opção e em plena retração econômica Dilma pulverizou o recorde histórico da década de 80, em favor dos desfavorecidos.
Segundo o estudo do Dieese, em 12 anos de governos petistas, o SM foi corrigido em cerca de 340%, dos quais 77% em termos reais, ou seja, acima das perdas inflacionárias.
A política permanente de valorização teve início em 2007 com perspectiva de chegar até 2023. Para o Dieese, o critério tornou-se um eficiente instrumento de recuperação do piso salarial, que nunca esteve tão deprimido quanto no governo José Sarney (1985-89), quando chegou a valer pouco mais de R$ 567, seu nível mais baixo.
Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias, com informações do portal Infomoney