Partido dos Trabalhadores

Um ano após eleições, oposição ainda não desceu do palanque

Constantes pedidos de impeachment arquitetados pela oposição revelam “a fúria da oposição que tenta insistentemente um terceiro turno”, declara a deputada Moema Gramacho (PT-BA)

Na próxima segunda-feira (26), faz um ano que a presidenta Dilma Rousseff foi reeleita em segundo turno, por meio do voto popular, para ocupar a Presidência da República. No entanto, mesmo 365 dias após a derrota nas urnas, a oposição insiste na tentativa de realizar um ‘terceiro turno’.

Para a deputada federal Moema Gramacho (PT-BA), os 54 milhões de votos recebidos por Dilma e confirmados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) despertaram “a fúria da oposição”.

“Desde a apuração, a oposição vem demostrando o ódio contra a gestão PT. Eles ainda não se conformaram em terem perdido a eleição. A fúria da oposição, que tenta insistentemente um terceiro turno, traz riscos para o país e prejudica o trabalho da equipe do governo”, ressalta. 

A perseguição contra o mandato da presidenta Dilma Rousseff começou quatro dias após o resultado final da eleição, em segundo turno. Na ocasião, o PSDB entrou com um pedido no TSE para verificar o sistema de apuração e contagem dos votos. No inicio do mês de outubro, a auditoria feita pelo próprio PSDB concluiu que não houve fraude nas eleições de 2014. 

Para derrubar a presidenta, os tucanos apostam na recomendação de rejeição das contas de 2014 feita, no último dia 7, pelo Tribunal de Contas da União (TCU). 

“É o poder legislativo que irá decidir sobre as contas. O povo não aceita golpe. Não vai ter golpe! A recomendação do TCU não significa que haverá impeachment”, disse. 

Agora, o novo discurso do PSDB é que houve  pedalada fiscal na atual gestão da presidenta. Na avaliação da deputada Erika Kokay (PT-DF), os opositores estão “desesperados”.

“Temos uma democracia sólida o suficiente para não permitir retrocessos. Os opositores estão desesperados. Eles buscam instrumentos golpistas para ocupar a Presidência da República. O ódio da oposição é pavoroso”, disse Kokay. 

Para Kokay, o “ódio” da oposição acontece em decorrência dos avanços promovidos pela gestão PT ao longo dos últimos 13 anos. A reeleição de Dilma Rousseff incomoda pelo fato da presidenta defender a manutenção de políticas públicas, avalia a petista. 

“A oposição governa para a elite do país. Eles se incomodam em dividir espaços com as pessoas que eles acreditam que nunca deveriam ter saído da senzala. Se incomodam com a igualdade e inclusão social  quando se deparam com pessoas que antes não tinham condições de viajar de avião, de estudar em uma universidade. Ocupar o mesmo ambiente é inaceitável para a elite”, avalia. 

A tentativa de golpe arquitetado pela oposição tem causado muita discussão e atrasos no Parlamento. Gramacho reforça que pautas importantes aguardam votação no Congresso Nacional, mas não são apreciadas pela “falta de compromisso da oposição” com o país.

“Temos propostas para contribuir com a superação da crise, mas a oposição foca em derrubar Dilma Rousseff. Assistimos a falta de compromisso da oposição. Eles querem que a crise se aprofunde”, analisa. 

Entre as medidas que poderão contribuir para o aumento da receita do governo, mas que não avançam no parlamento estão a aprovação da Desvinculação de Receitas da União (DRU), a repatriação de recursos não declarados depositados no exterior, que, na estimava do governo, ajudaria a arrecadar aos cofres da União entre R$ 100 e R$ 150 bilhões. 

Outra proposta que continua sem consenso, porém ajudaria o cenário econômico do país, é a restituição da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), que prevê maior contribuição por parte dos mais ricos.

Na avaliação do deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), não faltam medidas para tentar minimizar os efeitos da crise mundial que começou em 2008 e que, agora, afeta o Brasil. 

“Temos que resolver o problema financeiro que passa o país. Enquanto lutamos para aprovar medidas que possam fazer o Brasil retomar a economia, a oposição faz a agenda do impeachment. O  PSDB não tem propostas para os grandes temas nacionais, então tenta ganhar o poder com tentativa de golpe”, disse. 

O petista frisou que “a postura da oposição é contrária ao país” e destacou que a disputa eleitoral ficou em 2014, mas “a oposição não desceu do palanque”. 

“A população escolheu o PSDB para ser oposição, mas eles não aceitam o papel. O jeito é esperar até 2018. Qualquer tentativa de golpe é querer rasgar a Constituição”, disse Pimenta. 

Para o cientista político Valdir Pucci, a forma como a oposição tem feito o discurso de cassação do mandato presidencial deixa a população confusa. 

” A população fica confusa em relação aos pedidos de impeachment. Usa-se muitos termos técnicos, fica difícil compreender o processo do pedido de cassação. A sociedade não sabe o que significa pedalada fiscal, não entende que o dinheiro saiu de um lugar e foi para outro. Não sabe se confia no governo ou na oposição. E cria-se um clima tenso de disputa pela razão”, avalia. 

Por Michelle Chiappa, da Agência PT de Notícias