Diversas cidades do Paraná realizaram, nesta quarta-feira (29), atos públicos em alusão aos 90 dias de massacre promovido na gestão de Beto Richa (PSDB). Servidores paranaenses da educação pública , estudantes, movimentos sociais e sindicais lembraram a violência sofrida pelos servidores públicos, durante manifestação, no dia 29 de abril. Mesmo após três meses, a população permanece indignada com o autoritarismo imposto na gestão tucana.
Em Cascavel, o ato reuniu cerca de 200 pessoas em frente à Catedral Nossa Senhora Aparecida. De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos no Ensino Superior do Oeste do Paraná (Sinteoeste), Gracy Kelly Bourscheid, “todo dia 29” os servidores do Paraná relembram as atrocidades cometidas “pelo governo autoritário do governador”.
“Não temos como esquecer o que houve. Ainda estamos assustados com o autoritarismo imposto por Beto Richa. O episódio foi uma atrocidade contra os trabalhadores e estudantes. Não queremos viver isso nunca mais. Repudiamos a violência, a repressão e o aspecto ditador do governo tucano”, desabafa.
Gracy Kelly Bourscheid relembrou o cenário de guerra autorizado pela gestão de Beto Richa. “Houve bombardeio aéreo, bombas de gás e de efeito moral, sprays de pimenta, balas de borracha. A operação policial resultou em mais de 300 feridos. Como esquecer ?”, indagou.
No trágico dia, os professores da educação manifestavam contra a aprovação da Lei 18.469/2015,que acabou sendo sancionada por Beto Richa e que alterou o plano de previdência dos servidores estaduais do Paraná. No último dia 21, o Fórum dos Servidores Estaduais (FES) protocolou junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) solicitando a impugnação da Lei.
O governo já retirou mais de R$ 700 milhões da poupança das futuras aposentadorias dos servidores, segundo informou a presidente do Siteoeste.
“Não bastasse a violência desproporcional cometida aos trabalhadores, o governo levou milhões de nossa aposentadoria. Houve um saque desonesto. A lei é inconstitucional. Queremos que a lei seja anulada e esperamos que a gestão tucana devolva o que foi saqueado”, declara Gracy Kelly Bourscheid.
Durante a manifestação de hoje, os protestantes levantaram cartazes e faixas contra o governo Beto Richa.
“Beto, Francischini e Troiano, comandaram o massacre aos trabalhadores. Tudo para roubar R$ 140 milhões de reais dos servidores”, diz banner.
50 anos de Beto Richa – Alguns paranaenses foram protestar em frente à residência do governador tucano, que neste dia 29 de julho completa 50 anos. Os manifestantes levaram bolos para lamentar pacificamente o mandato de Richa.
Para o deputado federal Enio Verri (PT-PR), a gestão autoritária do tucano Beto Richa conseguiu superar o episódio que envolveu o hoje senador Álvaro Dias (PSDB).
Em 1988, Dias governava o Paraná. No dia 30 de agosto daquele ano, ele foi conivente com a ação da Polícia Militar que jogou bombas de efeito moral e gás de pimenta em manifestantes que protestavam por melhores salários e condições de trabalho na Praça Nossa Senhora de Salette, em Curitiba.
“Beto Richa conseguiu a façanha de ofuscar o ato histórico promovido por Álvaro Dias no Paraná. Lembro que a cavalaria foi autorizada a passar por cima dos manifestantes. Foi um horror, mas Richa foi além. A atual gestão tucana no Paraná é muito mais violenta do que aparenta, porque além da ação truculenta, não foi sensível a mobilização em relação as fundo de previdência dos trabalhadores. Nada justifica a forma ditatorial imposta”, afirma.
Por Michelle Chiappa, da Agência PT de Notícias