Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada entre agosto de 2013 e fevereiro de 2014, pelo Ministério da Saúde (MS) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que 57,4 milhões, ou 40% da população adulta brasileira sofrem de alguma doença crônica não transmissível (DCNT). Hipertensão, colesterol alto e problemas na coluna são os males mais incidentes.
Responsáveis por mais de 72% dos casos de morte no Brasil, as DCNT atingem principalmente o gênero feminino. São 33,4 milhões de mulheres contra 23 milhões de homens. As doenças estão relacionadas ao tabagismo, consumo abusivo de álcool, excesso de peso, colesterol elevado, hábitos alimentares não saudáveis e sedentarismo.
“Esta pesquisa traz o retrato atual da saúde da população. Temos de trabalhar de forma intersetorial para reverter esse quadro, incentivando a prática de exercícios físicos e outras medidas voltadas a um estilo de vida mais saudável”, destacou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
No corte por região, Sul e Sudeste lideram com 47,7% e 39,8%, respectivamente. Em seguida vem o Centro-Oeste, com quatro milhões, ou 37,5% da população, seguido do Nordeste, 36,3%, e do Norte, 32% dos habitantes. Segundo a PNS, pelo fato de as mulheres procurarem assistência médica com mais frequência, em todas as regiões elas também foram maioria.
A pesquisa revelou que 21,4%, ou 31,3 milhões de pessoa acima de 18 anos sofrem de hipertensão. E, mais uma vez, a prevalência é maior nas mulheres, 24,2%, que nos homens, 18,3%. Nove milhões de brasileiros, ou 6,2% da população adulta sofrem de diabetes. As mulheres seguem na frente, com 5,4 milhões de casos, contra 3,6 milhões dos homens.
Segundo a PNS, 27 milhões de adultos sofrem de problemas crônicos de coluna, incidindo em 21% das mulheres e 15% dos homens. Desse total, 40% tratam com medicamentos e 18,9% praticam exercícios físicos como terapia. O colesterol atinge 18,4% da população adulta, sendo que 15,1% em mulheres e 9,7% em homens.
Em 2011 o MS lançou o Plano de Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil, pelo qual estão previstas a redução da mortalidade por DCNT em 25%. Nesse sentido, o MS ampliou a cobertura da atenção por meio da Estratégia Saúde da Família (ESF), que era de 49,2%, em 2008 e passou para 55,3%, em 2012.
Dados da pesquisa informam que a taxa de internações, de 35,8% em 2008, caiu para 33,2%, em 2012. A PNS apontou também a influência do Programa Mais Médicos, cuja taxa de consultas cresceu cerca de 35%, entre 2013 e 2014. O programa que distribuiu mais de 14 mil médicos pelo território nacional e atende a cerca de 50 milhões de brasileiros identificaram 45% a mais de diabéticos e 5% a mais de hipertensos. Outra contribuição do programa foi a de ter diminuído em 20% a taxa de encaminhamentos a hospitais.
“As equipes de Saúde da Família têm tido uma atuação importante nessa área, com a realização de grupos de caminhada e de dança, e muitas cidades tem valorizado as ciclovias, por exemplo. Temos de romper esse hábito de sentar na frente da televisão e chamar a atenção da população sobre o sedentarismo”, disse Chioro.
Por Guilherme Ferreira, para a Agência PT de Notícias