O presidente do Diretório Municipal de São Paulo, Paulo Fiorilo, conta os factoides do governo João Doria (PSDB), que sucedeu o petista Fernando Haddad na prefeitura paulista. “São 50 dias de gestão e quase um factoide por dia”, diz, enumerando as ações daquele que não se diz político.
O tucano desfilou sua coleção de fantasias enquanto apresentava para a cidade projetos sem que os envolvidos fossem ouvidos. Em conjunto com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), mascarou o aumento na passagem de ônibus com a tarifa mais alta na integração com o Metrô e na cobrança de passagem em terminais de integração intermunicipais onde as transferência eram gratuitas até a virada do ano. Também estabeleceu uma política punitiva, cobrando multas de quem faz arte nos muros da cidade, depois de encobrir de cinza os painéis da avenida 23 de Maio, na região central de São Paulo. Por fim, apresentou, no Catar, um vídeo vendendo 55 equipamentos, antes que a cidade soubesse quais eram.
“O governo Doria [é] um governo de factoide de mídia e que não dá resposta ao que precisa dar, que é cuidar da cidade. Um governo que tem proposto privatizações por meio de PPPs [Parceiras Público Privadas] ou mesmo de parcerias. Nós estamos com um olhar crítico a isso. Ele informou agora na viagem que fez ao Catar que serão 55 áreas, mas não sabemos que áreas são essas – aliás, a cidade não sabe. Ele foi viajar para fora para vender a cidade, enquanto quem está aqui não tem clareza do que esta acontecendo”, diz Fiorilo.
O presidente do Diretório Municipal de São Paulo diz que o PT tem feito oposição proposita, promovendo ações, como representações no Ministério Público como a que impediu o reajuste [da tarifa de ônibus nos terminais de ônibus], e entrou com ação para impedir que secretarias, com as de Pessoas com Deficiência e Igualdade Racial, fossem extintas.
“Nossa oposição vai defender aqueles que mais precisam. Por exemplo, o governo anunciou que vai reduzir o Leve Leite [para crianças acima de 7 aos]. A bancada está empenhada contra a redução dessa forma. Tudo o que prejudicar as áreas mais carentes da cidade, o PT vai se empenhar. A gente pode falar da limpeza, que teve uma reportagem [da “Folha de S.Paulo”] neste fim de semana que mostra que a prefeitura recolheu menos lixo [em janeiro] que [no mesmo período] do ano passado. isso não significa que as pessoas produziram mais lixo, mas que a cidade está mais suja”, afirma o presidente do DM-SP.
Segundo Fiorilo, o debate que o PT vem construindo é para ter um diagnóstico de como a população enxerga esse governo e como ajudar na oposição. “É um governo que dialoga com a mídia questões que são micro e não tem continuidade. Um governo de factoides de mídia e que não dá resposta ao que precisa dar, que é cuidar da cidade. O Doria precisa tirar o uniforme de gari e começar a governar a cidade. O Doria precisa parar de criar factóides e governar essa cidade. Porque nós temos uma cidade de mais de 11 milhões de habitantes com muitos problemas. E não será atrávés de factóides que ele vai conseguir governar.”
O PT paulistano deve seguir mostrando os ganhos das administrações do partido na cidade, lutando contra o desmonte de políticas públicas implementadas, como as do Leve-Leite e do transporte escolar, o “Vai e Volta”. Um seminário com ex-secretários petistas está sendo construído para avaliar os primeiros dias de gestão tucana na cidade. “Queremos fazer um grande seminário do que foram os 100 primeiros desse governo e apresentar o que é preciso fazer para que a cidade não sofra o retrocesso que esse governo pode trazer.”
Da Redação da Agência PT de Notícias