Para o secretário de Finanças do PT, Marcio Macedo, é possível reverter votos no Senado e impedir a consolidação do golpe no Congresso Nacional. “A ficha está caindo. A popularidade da presidenta Dilma Rousseff está crescendo”, afirmou ele. Enquanto isso, a rejeição ao presidente golpista Michel Temer chega a 67%, lembrou ele.
Segundo o secretário petista, as propostas do governo golpista mostram qual o modelo que o mercado quer para a América Latina: de retrocesso nos direitos. O secretário participou do evento “O Brasil do Golpe: O Plano Temer sob Análise”, promovido pela Fundação Perseu Abramo.
Macêdo afirmou que é necessário se fazer um diagnóstico correto do que foi o golpe no Brasil. “Foi um golpe orquestrado, organizado, que contou com o financiamento internacional aliado à burguesia, com inteligência nacional e internacional”, disse.
Segundo o secretário, o golpe põe em risco diversas conquistas dos trabalhadores, como a CLT, os direitos dos aposentados, os programas sociais, as riquezas do pré-sal e os investimentos em saúde e educação. “Precisamos enfrentar esse processo”, afirmou ele. “Nós ousamos sonhar, e sonhamos. Mas quando eles viram que as políticas de governo estavam se tornando políticas de Estado, quiseram nos tirar do poder”, explicou. “Nós transformamos esse país numa nação”.
Macêdo destacou que o golpe rompeu com dois pactos no Brasil: a democracia, estabelecida pela Constituição de 1988, e um pacto social construído nos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidenta eleita Dilma Rousseff (PT), em que os pobres também prosperaram e tiveram melhorias de vida.
Segundo ele, o PT reivindica a saída de Temer e a volta da Dilma para o restabelecimento da democracia brasileira. “Ela é a nossa presidenta”, destacou.
Apesar do cenário sombrio do governo golpista, ele afirmou que esse processo teve o lado positivo de promover o reencontro das esquerdas nas ruas, e a reafirmação de Lula como a maior liderança de esquerda existente no Brasil hoje. Ele lembrou da reação nacional da militância contrária à ação do juiz Sérgio Moro quando Lula foi levado a depor coercitivamente na Polícia Federal em março, em uma ação completamente arbitrária da Justiça.
Macêdo também questionou alguns pontos da operação Lava-Jato, apesar de reafirmar a sua importância e a necessidade de investigações. “Qual o custo Brasil da Operação Lava-Jato? Quantos desempregados?”. Também lembrou que a destruição das empresas brasileiras pela operação vai abrir espaço para a entrada de multinacionais no país.
Para ele, o país aguarda tempos duros. “Vão tentar tornar Lula inelegível. Caçar partidos e deputados”, alertou. “O impeachment é uma ação para derrotar um projeto vitorioso”.
Da Redação da Agência PT de Notícias