O Brasil caminha a passos largos para uma depressão econômica e o aviltamento da soberania nacional, com a entrega a preço de banana de patrimônios como o pré-sal. A avaliação é do senador Paulo Rocha (PT-PA), que elencou, nesta segunda-feira (1º), pontos comprovando a derrocada da economia nacional.
A depressão da economia pode ser caracterizada como a “fase do ciclo econômico em que a produção entra em declínio acentuado, gerando queda nos lucros, perda do poder aquisitivo da população e desemprego”.
Os números mostram o País indo neste rumo, de acordo com o petista. No primeiro trimestre deste ano, por exemplo, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil caiu 0,2% de janeiro a março em relação ao trimestre anterior. Foi o primeiro resultado negativo trimestral desde o quarto trimestre de 2016 (-0,6%), período após a presidenta Dilma Rousseff ter sido retirada do poder.
O desemprego também atinge níveis alarmantes, chegando a 12,5% no trimestre de fevereiro a abril, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao todo, 13,2 milhões de pessoas estão desempregadas segundo o levantamento.
Já o porcentual da população subutilizada atingiu um recorde na série histórica, iniciada em 2012, com um total de 25,8 milhões de brasileiros nessa categoria. O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar.
“Como o país não cresce, não arrecada, o governo reduz despesas, mas adivinha de onde? Das políticas sociais, e não se fala e nem se cogita em tributar os mais ricos. Sai tudo do bolso do pobre”, criticou o senador Paulo Rocha, hoje, em discurso ao plenário.
Ele destacou que as medidas do governo Bolsonaro para conter a crise incluem a redução de recursos para a educação em 44%, perda de R$ 8,2 bilhões no orçamento para a área da saúde e a queda dos investimentos federais em quase R$ 30 bilhões. Ainda assim, a dívida pública do governo aumentou, representando cerca de 78% do PIB.
“Esses dados tendem a piorar ainda mais, caso medidas propostas pelo governo, como a reforma da Previdência, venham a ser aprovadas. Isso porque essa reforma só tende a diminuir o poder de compra dos beneficiários da Previdência, ou seja, dos mais carentes”, acrescentou o petista.
Quanto à soberania nacional, Paulo Rocha acredita que o patrimônio brasileiro está sendo “entregue a interesses de outros países, notadamente, aos norte-americanos”. Entre eles, os poços do pré-sal, as subsidiarias da Petrobrás e as minas de uranio. “Sem falar nos Bancos públicos que estão sendo esvaziados para serem privatizados a preço vil”, afirmou.
O senador Paulo Rocha também destacou as revelações do site The Intercept que estão desmoralizando a operação Lava Jato, conduzida até alguns meses atrás pelo então juiz e agora ministro da Justiça, Sérgio Moro.
“O ex-presidente Lula sempre destacou a parcialidade de Moro, que maculou o poder judiciário, desestabilizou a economia e feriu a legitimidade da política nacional. Ele não detém condições morais para permanecer no cargo. A forma de combater a corrução não poderia ser essa: uma militância política, que, ao mesmo tempo, colocou em cheque a nossa economia”, disse o senador.
Sobre os prejuízos da Lava Jato na economia, o petista se refere aos efeitos da operação em áreas como a construção civil. Entre 2015 e 2018, empresas como Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, UTC Engenharia e Constran, viram sua receita líquida despencar 85%, passando de R$ 71 bilhões para R$ 10,6 bilhões, segundo reportagem do Valor Econômico.
“É fundamental dizer chega! E é preciso que os democratas, senadores e senadoras, deputadas e deputadas, deem um basta nisso. Devemos entender esses desmandos do governo Bolsonaro e do processo da Lava Jato. É hora de unirmos forças em prol do Brasil pelo desenvolvimento nacional e contra os desmontes do Estado”, finalizou o senador.