A taxa de desemprego do Brasil ficou em 7,9% no trimestre até março de 2024, a menor já registrada para um trimestre encerrado em março desde 2014, quando foi de 7,2%. Houve queda na comparação com igual período do ano passado, que registrou índice de 8,8%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta terça-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O presidente Lula comemorou os números, que resultam das diversas ações adotadas pelo governo federal para gerar emprego e renda e, dessa forma, aquecer a economia. “Governo trabalhando para todos: menor taxa de desemprego para o período desde 2014, queda de quase um ponto percentual em relação a 2023. E vamos seguir avançando”, disse, nas redes sociais.
A taxa de desemprego ficou abaixo da estimativa do mercado, que esperava um índice de 8,1% para o período.
Houve alta na comparação com o trimestre encerrado em dezembro de 2023, de 0,5 ponto percentual. Naquele trimestre, o índice de desemprego ficou em 7,4%.
Essa alta resulta de um movimento sazonal, já que, normalmente, o último trimestre do ano tem mais oferta de vagas. Dessa forma, é comum ocorrer perdas na ocupação no primeiro trimestre do ano.
A alta da desocupação na comparação trimestral foi puxada pelo aumento no número de pessoas em busca de trabalho. O número cresceu 6,7% frente ao trimestre encerrado em dezembro de 2023, um aumento de 542 mil pessoas em busca de trabalho.
Outro fator que contribuiu para o aumento da desocupação foi a redução da população ocupada do país. Houve um recuo de -0,8% na comparação trimestral. Na comparação anual, porém, esse contingente teve crescimento de 2,4%.
Mesmo com a alta trimestral, a taxa de desocupação foi a menor já registrada para um trimestre encerrado em março desde 2014, quando o índice chegou a 7,2%. Por isso, a alta observada “não anula a tendência de redução da taxa de desocupação observada nos últimos dois anos”, disse Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE.
O número de desempregados foi de 8,6 milhões até março. O número representa alta de 6,7% na comparação trimestral e queda de de 8,6% (menos 808 mil pessoas) na comparação anual.
População ocupada
A população ocupada foi estimada em 100,2 milhões no trimestre até março. O número representa queda de 0,8% no trimestre (menos 782 mil pessoas) e alta de 2,4% (mais 2,4 milhões de pessoas) no ano.
O número de trabalhadores com carteira assinada não teve variação na comparação com o trimestre encerrado em dezembro. Permaneceu em 38 milhões. Já o número de empregados sem carteira (informais) foi estimado em 38,9 milhões até março deste ano.
A renda média da população ocupada teve alta. Até março, o rendimento real habitual de todos os trabalhos foi estimado em R$ 3.123 por mês, alta de 1,5% no trimestre e de 4% na comparação anual. Porém, como houve redução na população ocupada, a soma de rendimentos de toda a população ocupada no país permaneceu estável ante o trimestre encerrado em dezembro de 2023.
Recorde de Rendimentos
Ainda conforme a PNAD Contínua, a massa de rendimento dos trabalhadores, que é a soma dos rendimentos de toda a população ocupada no país, aumentou 6,6% em um ano e atingiu novo recorde da série histórica, iniciada em 2012. Entre janeiro e março deste ano, o valor chegou a R$ 308,3 bilhões, R$ 19,2 bilhões a mais na comparação anual.
No trimestre encerrado em março, o ganho médio da população ocupada foi de R$ 3.123. Isso representa uma alta de 1,5% no trimestre e de 4% na comparação anual.
Entre os grupamentos de atividade investigados pela PNAD Contínua, a comparação com o trimestre encerrado em dezembro de 2023 indica altas no rendimento de Transporte, armazenagem e correio (4,3%, ou mais R$ 122), Outros serviços (6,7%, ou mais R$ 158) e Serviços domésticos (2,1%, ou mais R$ 25), sem variações significativas nos demais grupamentos.
Frente ao primeiro trimestre de 2023, houve altas no rendimento da Indústria (7,5%, ou mais R$ 215), Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (3,9%, ou mais R$ 96), Transporte, armazenagem e correio (7,1%, ou mais R$ 198) e Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (3,6%, ou mais R$ 152). Os outros grupamentos não mostraram variação significativa.