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Efeito Lula: IGP-M tem deflação de -0,52% em fevereiro com recuo dos preços dos alimentos

Outro resultado positivo foi o do IPC/Fipe, que desacelerou de 0,49% em janeiro para 0,46% em fevereiro

Tânia Rêgo/Agência Brasil / Site do PT

O índice acumula queda de -0,45% no ano e de -3,76% nos últimos 12 meses

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou variação de -0,52% em fevereiro, demonstrando redução em relação a janeiro, quando apresentou alta de 0,07%, conforme divulgado pelo FGV IBRE. Com esse resultado, o índice acumula queda de -0,45% no ano e de -3,76% nos últimos 12 meses. Em fevereiro de 2023, o índice tinha registrado taxa de -0,06% no mês e acumulava aumento de 1,86% em 12 meses anteriores.

“Apesar do El Niño ter prejudicado algumas safras brasileiras, não se observa uma redução generalizada na produção agrícola nacional”, destaca André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.

“Contrabalanceando esse cenário, a ampliação da oferta global de grãos promete atenuar as pressões inflacionárias sobre os preços dos alimentos no Brasil, proporcionando um alívio moderado à inflação. Especificamente, os mercados da soja e do milho revelam uma queda acentuada nos preços, evidenciando as dinâmicas de oferta e demanda globais, com a soja recuando para uma baixa de 14,18% e o milho para 7,11%”, afirma Braz.

IPA

Em fevereiro, segundo o FGV IBRE, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 0,90%, uma queda mais intensa que a observada em janeiro, quando registrou -0,09%. A partir da análise dos diferentes estágios de processamento, o FGV IBRE constata que o grupo de Bens Finais registrou um aumento de 0,35% em fevereiro, porém inferior à taxa de 1,06% registrada no mês anterior.

Esse decréscimo foi impulsionado principalmente pelo subgrupo de alimentos processados, cuja taxa evoluiu de 1,19% para -0,65% no mesmo intervalo. Além disso, o índice correspondente a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para consumo, também apresentou uma desaceleração, passando de 0,58% em janeiro para -0,25% em fevereiro.

A taxa do grupo Bens Intermediários caiu 0,42% em fevereiro, menos negativa do que a registrada no mês anterior, de -1,62%. O principal fator que influenciou esse movimento foi o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de -6,73% para -1,52%. O índice de Bens Intermediários (ex) (excluindo o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção) caiu 0,22% em fevereiro, após queda de 0,63% observada em janeiro.

O estágio das Matérias-Primas Brutas apresentou uma variação de -2,67% em fevereiro, um índice significativamente menor do que a alta de 0,49% registrada em janeiro. A desaceleração deste grupo foi principalmente influenciada por itens chave, tais como a soja em grão, que intensificou a queda de -5,98% para -14,18%, o milho em grão, cuja taxa diminuiu de 6,22% para -7,11%, e o minério de ferro, que inverteu sua trajetória de um aumento de 2,87% para uma queda de 1,22%.

Em contraste, alguns itens tiveram um comportamento de alta, entre os quais se destacam o leite in natura, que se alterou de -0,06% para 4,42%, a cana-de-açúcar, com variação de -1,51% para -0,37%, e a mandioca/aipim, que teve um aumento de 1,43% para 4,11%.

IPC

Em fevereiro, conforme o FGV IBRE, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou uma variação de 0,53%, recuando em relação à taxa de 0,59% observada em janeiro. Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, três delas exibiram desaceleração em suas taxas de variação. O maior impacto veio do grupo Educação, Leitura e Recreação, cuja taxa de variação decresceu de 2,11% para 0,11%. Dentro desta classe de despesa, é importante destacar o recuo significativo no preço dos cursos formais, que passou de 4,78% na medição anterior para 2,04% na atual.

Também apresentaram recuo em suas taxas de variação os grupos Alimentação (1,62% para 1,09%) e Vestuário (0,16% para -0,17%). Vale destacar o comportamento dos seguintes itens dentro dessas classes de despesa: hortaliças e legumes (12,41% para 7,10%) e serviços do vestuário (1,50% para 0,00%).

Por outro lado, os grupos Transportes(-0,16% para 0,45%), Despesas Diversas (0,10% para 1,52%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,19% para 0,51%), Comunicação (-0,07% para 0,46%) e Habitação (0,16% para 0,19%) exibiram crescimento em suas taxas de variação. Dentro destas classes de despesa, é importante destacar os itens: gasolina (-0,74% para 1,37%), serviços bancários (0,09% para 2,23%), artigos de higiene e cuidados pessoais (-0,38% para 0,78%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,16% para 0,86%) e aluguel residencial (-0,88% para 1,16%).

INCC

Segundo o FGV IBRE, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou, em fevereiro, uma variação de 0,20%, um valor ligeiramente inferior à taxa de 0,23% observada em janeiro. Analisando os três grupos constituintes do INCC, observam-se as seguintes variações na transição de janeiro para fevereiro: o grupo Materiais e Equipamentos apresentou uma elevação, passando de 0,09% para 0,20%; o grupo Serviços teve um aumento de 0,20% para 0,49%; e o grupo Mão de Obra registrou recuo, variando de 0,42% para 0,16%.

IPC/Fipe

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,46% na terceira quadrissemana de fevereiro, desacelerando levemente em relação ao avanço de 0,49% verificado na quadrissemana anterior, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Na terceira leitura de fevereiro, três dos sete componentes do IPC-Fipe perderam força: Alimentação (de 1,05% na segunda quadrissemana para 0,87% na terceira quadrissemana), Transportes (de 1,23% a 1,18%) e Educação (de 2,17% a 1,10%). Enquanto isso, os preços do Vestuário passaram para o campo da deflação, saindo de +0,04% para -0,20%.

Por outro lado, houve aceleração ou deflação menos intensa de um período para o outro nas categorias Habitação (de 0,13% a 0,31%), Despesas Pessoais (de -0,53% a -0,49%) e Saúde (de 0,16% a 0,31%).

Da Redação