O fenômeno que mistura política e religião na vida nacional não é recente, mas tomou corpo e institucionalidade com a eleição de Bolsonaro. Um projeto de décadas de penetração da igrejas evangélicas — sobretudo as neopentecostais — na política e na mídia brasileira consolidou e atualizou o conservadorismo e o reacionarismo à brasileira.
É sobre esse tema a indicação da deputada federal, Luizianne Lins, jornalista e universitária. Cearense e ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne recomenda o livro “Em nome de quem: A bancada evangélica e seu projeto de poder”, da autora Andrea Dip. O livro-reportagem investiga as intricadas estruturas sociais, políticas e místicas que sustentam a escalada das Igrejas Evangélicas ao poder.
A obra aborda temas estratégicos e fundamentais para compreender o cerne do berço das fake news e do anticientificismo que vem arrastando a opinião pública brasileira para o cúmulo da superficialidade e da negação dos fatos. A aliança de evangélicos com outros setores conservadores (como a CNBB e o Projeto Escola Sem Partido), o ataque aos direitos de grupos identitários (com as chamadas “cura gay”, “ideologia de gênero” e projetos antiaborto), a ocupação de um espaço deixado pelo Estado e o uso da mídia — são pontos cruciais abordados pelo livro.